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Ardor político é necessário para impulsionar candidatura de Rodrigo Cunha ao governo de Alagoas 


Entramos no fatídico ano das eleições majoritárias e finalmente Rodrigo Cunha manifestou oficialmente seu interesse em ocupar a cadeira no Palácio da República dos Palmares, mas ao contrário dos demais que despontam na mídia desde o ano passado, o atual senador segue na maciota. Evitando a inevitável febre pré-eleição do xadrez político, Cunha segue articulando nos bastidores, mas sem alardes. Porém uma coisa já é certa, a candidatura ao governo de uma das grandes apostas à sucessão de RF no executivo é legítima.
Sua trajetória política elucubra sua constante aparição como preferido ao cargo nas pesquisas que têm sido divulgadas, mas a indecisão do eleitorado frente à inconsistência do cenário político no estado para o ano eleitoral corrente se reflete nas opções de votos nulos e brancos que superam as porcentagens de intenções de voto distribuídas entre os possíveis candidatos. Enquanto os palanques se formam com bases em candidaturas fabricadas e infladas por marqueteiros, Rodrigo Cunha segue independente, como o foi desde o início.
Um grande ponto que contará a favor ou contra o jovem senador na disputa é a sua capacidade de aderir à uma imagem mais populista durante este ano caso queira conquistar o eleitorado, sua frieza engessa sua figura e causa uma sensação de intimidação no povo, essa característica vem da posição de constante defesa assumida por Cunha, fruto de sua história de vida, confiança não é seu maior forte, e isso se reflete no seu carisma. Em contraponto, JHC, um de seus principais apoiadores e também cotado como candidato ao governo, vem mostrando um extremo, gerindo e agindo com a humanidade, apesar de não manifestar interesse no executivo estadual, tem sido constantemente citado como aposta quase certa para a vitória.
O jogo político ainda está inconsistente, não apenas pelos pré-candidatos que pululam dos vãos da politicagem alagoana, mas pela recente instituição das federações que poderá viabilizar alianças políticas inesperadas, casando uma avalanche em cadeia no âmbito dos apoios pré-fixados. Eis que dependendo de como esse cenário se desenhará, Rodrigo Cunha pode perder os parcos aliados que reuniu durante sua breve trajetória política.
A estratégia agora seria se aproveitar da robotização sucessória que está surgindo a base de acordos, da total incapacidade de RF em construir uma base sólida para dar andamento em sua administração e contra-atacar com uma excelente aliança e obviamente, com jogo de cintura e carisma. Rodriga está certo em não adotar um posicionamento extremamente midiático, mas até certo ponto, como dizem que o ano só inicia de verdade após as festas carnavalescas, seria interessante já preparar o terreno para atacar com a arma mais potente da atualidade, a mídia. Rodrigo Cunha segue escondido nas geleiras de seu receio e para um político que pretende estender sua carreira isso é extremamente prejudicial. A guerra já começou, querendo ou não, e apenas confiança não basta para angariar votos.
Sua autossuficiência é louvável até certo ponto, não temos um político subjugado por outras lideranças, mais um crédito no placar de Rodrigo Cunha, nada de rabo preso, nenhum escândalo de corrupção no currículo, honestidade e boa aprovação, isso tudo pesa para Rodrigo, porém se reflete apenas nas pesquisas, intenções de voto podem ser alteradas ao longo do processo e candidato de pesquisa não vence eleição, afinal, dependendo da bolha analisada, muitos critérios pesam a favor ou contra. Falta o apelo popular que um líder majoritário precisa, afinal o destaque de um político no legislativo é muito menor que um no executivo, portanto o trabalho segue mais árduo, a consistência para o destaque deve ser tomada desde o início, e aqueles que não têm tanto trabalho, mas têm sua imagem bem trabalhada acabam saindo na frente. Cunha precisa casar essas duas características, trabalho sabemos que tem, falta a imagem.