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Dinheiro em sacos de lixo, arma apontada para policial federal e cadastro de eleitores: documento determina prosseguimento da investigação contra Marcelo Victor

O Ministério Público Eleitoral arquivou uma “denúncia” feita pelo senador Renan Calheiros, do MDB, que supostamente apontava abuso de poder e de autoridade de Arthur Lira frente à Polícia Federal de Alagoas na investigação que tem como principal alvo o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Marcelo Victor (MDB), flagrado às vésperas da eleição no 1° turno, em 30 de setembro, com sacos (de lixo) de dinheiro, em um hotel de luxo em Maceió.

 

Para o procurador regional Eleitoral, Antônio Henrique Cadete, não há fundamento na narrativa de que “os agentes da PF afirmaram que se trataria de ordem da Superintendência para apurar suposta compra de votos, sem sequer indicarem quem seria o responsável por notificar a existência de crime”. Para o MP, a representação dá a entender que a Superintendência está capturada por interesses políticos escusos ao afirmar que a operação ocorreu por “ordem da superintendência”.

 

Outro agravante destacado na decisão do Ministério Público Eleitoral diz respeito aos detalhes do esquema supostamente montado por Marcelo Victor para o seu favorecimento político, bem como de seus aliados.

 

De acordo com o documento do MP Eleitoral, o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas e assessores seus chegam ao restaurante do hotel com um “saco de cor azul”. Posteriormente, um homem não identificado (“HNI”, na expressão utilizada pelo Ministério Público) senta à mesa com Marcelo Victor e um de seus assessores entrega um “saco de lixo”. Em seguida, o homem sai do hotel.

 

Os esclarecimentos prestados pela Polícia Federal indicam que a abordagem policial não partiu de “ordem da superintendência”, tampouco de uma denúncia anônima, mas da comunicação realizada por um delegado da própria PF que estava no local e achou uma situação suspeita em curso, de possível crime eleitoral, no restaurante do hotel.

 

Também é informado pelo MP Eleitoral que o dentro de outro “saco de lixo foram encontrados R$ 146.650,00” e que esse valor foi “acompanhado de cadastros de eleitores e santinhos, nas circunstâncias em que foram apreendidos, indicando assim o crime de corrupção eleitoral.

 

Ainda no documento, consta narrativa impressionante de que um dos militares envolvidos no episódio, e que foi filmado arrastando malas de dinheiro na rua, chegou a sacar uma arma para impedir que o agente federal apreendesse o dinheiro.

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