Projeto da Prefeitura de Maceió montou estrutura de pronto-atendimento às vítimas na orla
De forma pioneira, o município agiu nas prévias para garantir o pronto-atendimento às possíveis vítimas, mobilizando uma equipe multidisciplinar que seguiu protocolo humanizado para acolhimento e encaminhamento da ocorrência no que fosse necessário.
A intenção era não só conscientizar as mulheres sobre seus direitos, mas disseminar informação para todos os cidadãos presentes nos desfiles dos blocos. No carnaval, quando as pessoas querem se curtir e se divertir, é frequente o uso de bebida alcoólica e o Gabinete da Mulher quis atuar para que a festa fosse aproveitada de forma consciente, dando segurança às foliãs.
Foliões receberam panfletos do projeto e tomaram conhecimento dos direitos das mulheres vítimas de violência. Fotos: Célio Júnior/Secom Maceió
“Carnaval é tempo de alegria, de festa, curtir, mas nunca devemos esquecer que, além de vestir as fantasias, devemos também priorizar que todas as mulheres se sintam seguras e respeitadas em todos os ambientes, principalmente no carnaval. Lembrando que, a cada um segundo, uma mulher é assediada no Brasil, a cada 11 minutos uma mulher é violentada sexualmente, e Alagoas merece sair do ranking de um dos estados que mais assedia e violentam as mulheres”, ressaltou Ana Paula Mendes, coordenadora do Gabinete da Mulher.
No âmbito do projeto Maceió Sem Assédio, foi criado um protocolo seguro e humanizado de acolhimento que tem por objetivo apoiar a mulher em situação de vulnerabilidade, vítima de importunação sexual, assédio sexual, estupro, entre outros crimes sexuais. A ideia é garanti-la eficaz acolhida, auxílio e proteção, dentro das dependências externas e internas de estabelecimentos comerciais, incluindo estacionamentos dos quais possa vir a ser configurada uma situação de risco para as mulheres, assim como eventos e instituições públicas e privadas e transportes públicos.
Maceió é referência negativa no contexto nacional em assédio, cujas vítimas são mulheres. Atualmente, a capital se destaca nestes casos frente a outras cidades do país. A estatística é, inclusive, um dos motivos que impulsionaram o município a criar a campanha e pedir a colaboração dos estabelecimentos comerciais.
As primeiras ações do projeto visaram à capacitação e adesivação de 100 bares, restaurantes e boates da capital. Nas festas juninas da prefeitura, foram realizadas ações educativas de panfletagens nos 12 dias de evento, nos dois polos de festa, que tiveram público de até 100 mil pessoas.
A iniciativa também esteve presente nos bares e restaurantes que transmitiram os jogos da Copa do Mundo, assim como nos eventos realizados pela prefeitura na Praça Multieventos e no réveillon do município na orla.
Em janeiro, no Verão Massayó, foi instalado um ponto de apoio do Maceió sem Assédio, que acolheu mulheres vítimas de assédio ou outra situação de violação de direitos sexuais, contando com equipe multidisciplinar em todos os dias de eventos, nos dois polos.
