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Projeto Ubuntu: ensino antirracista chega às escolas da Rede Municipal

Ação da Semed foi lançada durante a 10ª Bienal do Livro, que acontece até o dia 20 no Centro de Convenções
Projeto Ubuntu: ensino antirracista chega às escolas da Rede Municipal
Alunos da Rede Municipal participam de Lançamento do Projeto Ubuntu. Foto: Jonathan Lins
A Secretaria Municipal de Educação (Semed), através da Coordenação Técnica de Ações Educacionais de Direitos Humanos e Cidadania, lançou na última terça-feira (15), durante a 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, o Projeto Ubuntu, que tem como objetivo levar para as escolas estratégias que incorporaram a literatura e o uso de materiais didáticos nas abordagens sobre a diversidade racial.

Para participar da mesa e do lançamento do projeto foram convidados a Professora da Semed, Isanês Cajé, o representante do Instituto Negro de Alagoas (Ineg), Obá Eniolá, além de Jônatas Menezes e Synthya Maia, representantes da Ordem de Advogados do Brasil (OAB).

Durante o evento, os palestrantes falaram sobre a importância do Letramento Racial no combate ao racismo, principalmente dentro das escolas, vistas como lugares de produção e reprodução de práticas racistas, segundo entende o representante do Ineg, Obá Eniolá.

“Precisamos trazer a referência África para as escolas, retirar a linguagem colonial e conceber a ideia de consciência racial atrelada à produção e reprodução das práticas racistas, que são responsáveis pela marginalização do povo negro. A Lei 10.639 foi estabelecida há 20 anos e muitos professores não sabem o que é isso”, pontuou.

O letramento racial não é apenas uma tendência educacional, mas um passo crucial em direção da Justiça Social e do fortalecimento da comunidade escolar, segundo explica o coordenador de Técnicas de Ações Educacionais de Direitos Humanos e Cidadania da Semed, Luciano Amorim.

“Durante a Bienal do Livro, nós pudemos conversar um pouco sobre direitos humanos, cidadania e justiça social com os alunos da rede, professores, equipe gestora e também a sociedade como um todo. Esse foi o pontapé para a gente pensar sobre letramento racial nas escolas a partir do Projeto Ubuntu. Hoje a gente começou a ter esse diálogo, mas ele vai avançar na rede como um todo para pensar sobre racismo, negritude, a estrutura social do Brasil nas escolas, creches e no Ensino de Jovens e Adultos”, concluiu o coordenador.

Conheça o projeto

O projeto Ubuntu visa a formação dos profissionais de educação através de oficinas específicas no formato de mandala em que serão propostas intervenções em espaços da rede municipal. O objetivo é acolher uma maioria que compõe a rede de ensino e institucionalizar o currículo que respeite à legislação.

As formações nas oficinas de mandala não serão apenas para os professores e equipes pedagógicas. Elas serão ampliadas para intervenções com as crianças, acompanhamento escolar e fortalecimento dos movimentos sociais, com o intuito de garantir uma política orgânica que versa sobre o letramento racial no município. As ações do projeto começarão a partir do mês de setembro.