Acompanhamento psicológico traz contribuição fundamental no conforto emocional das vítimas da mineração
Em meio a toda repercussão da tragédia da Braskem, outro tópico relacionado ao assunto vem ganhando força: como cuidar das emoções em meio a um processo tão difícil e que envolve tantas vítimas? Os psicólogos são um excelente apoio nesta hora. Eles podem ajudar milhares de pessoas que estão desde 2018 experimentando momentos complexos como lidar com o estresse pós-traumático e ao mesmo tempo em que precisam reconstruir suas vidas.
Segundo a neuropsicóloga Fernanda Barreto, a ajuda profissional pode auxiliar as vítimas a lidar com as emoções difíceis que estão experimentando, como tristeza, raiva, medo e desesperança. “Temos que oferecer apoio emocional. Os psicólogos são qualificados e podem fornecer um espaço seguro para que as vítimas possam expressar seus sentimentos, ao mesmo tempo em que é necessário ajudar as pessoas a desenvolver estratégias de enfrentamento saudáveis”, analisou.
“Temos que buscar forças e ajuda psicológica para seguir em frente. Tratar a saúde mental torna-se prioridade para aqueles que ficaram nas proximidades dos bairros atingidos por essa tragédia e também para quem precisou sair depois de décadas morando na região”, afirmou. “O impacto de uma notícia dessas já é terrível, mas, quando o impacto se prolonga, essas pessoas vão se machucando cada vez mais”, acrescentou Fernanda.
Ela lembrou que o evento traumático causa um impacto nas pessoas e que é preciso ajudar as vítimas a lidar com o estresse pós-traumático, uma condição comum que pode afetar as pessoas que experimentaram esse tipo de situação. “Em alguns episódio, a estrutura psíquica suporta e as vítimas conseguem sair sem adoecimento, tudo com estratégias para lidar com cada caso. Durante esse anos alguns desenvolveram Transtorno de Ansiedade Generalizada, depressão e outros relatam pensamentos suicidas”, afirmou. “Essas pessoas precisam compreender a importância de buscar ajuda, o acompanhamento com o psicólogo proporcionará equilíbrio e qualidade de vida, necessários para lidar com todo esse desastre ambiental que não tem data para terminar”, acrescentou.
*EM GRUPO*
Fernanda explica que uma boa alternativa é a terapia de grupo, por se tratar de uma forma de psicoterapia que reúne pessoas que estão passando por experiências semelhantes. “A terapia de grupo pode ser uma forma eficaz das vítimas da tragédia da Braskem se conectarem com outras pessoas que estão passando pelo mesmo problema. Essa é uma forma de enfrentamento que traz conexão”, observou.