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CPI da Braskem vê negligência do Instituto de Meio Ambiente de Alagoas diante do crime ambiental que afundou cinco bairros em Maceió

O Instituto de Meio Ambiente (IMA) de Alagoas foi omisso e negligente durante todo trabalho de mineração da Braskem, que resultou no afundamento de cinco bairros de Maceió, fazendo com que mais de 60 mil pessoas perdessem casas e pontos comerciais. Esta foi a conclusão à qual chegaram os senadores nesta quarta-feira, durante depoimento do presidente do IMA, Gustavo Lopes, durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga o crime cometido pela Braskem.

 

Presidindo o IMA desde 2015, Gustavo admitiu que até 2019, quando as casas começaram a apresentar grandes rachaduras, o instituto se limitava apenas a receber relatórios encaminhados pela Braskem. Os primeiros tremores de terra foram percebidos em 2004, com vários alertas feitos por especialistas e geólogos, mas mesmo assim o IMA não determinou nenhuma investigação. “Todo monitoramento poderia ter sido feito antes. Fico desolado em saber que o IMA não dispôs de nenhum instrumento ou ferramenta para monitorar minas de sal no subsolo de Maceió”, disse o senador Rogério Carvalho (PT-SE), relator da CPI.

 

O relator destacou que, durante a gestão de Gustavo Lopes, o IMA renovou autorização para exploração, o que aconteceu em 2016. “Os dados apontam que houve negligência do IMA na concessão de licenças ambientais ao longo do tempo em relação à exploração da mina de sal-gema no município de Maceió”. Representante de Alagoas, o senador Rodrigo Cunha perguntou sobre os Estudos de Impacto Ambiental e Relatórios de Impacto Ambiental (EIA/Rima) que permitiram a exploração, concedidos nos anos 1980. O presidente do IMA disse que o documento original estaria perdido, o que não impediu as constantes renovações para o uso do subsolo.

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