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Pesquisas eleitorais que não seguem o devido critério confundem o eleitor e deixam caótico o cenário

As pesquisas de intenção de voto verificam a aceitação ou o desempenho dos concorrentes na disputa e auxiliam os partidos na definição das estratégias e tomadas de decisões no decorrer da campanha, bem como têm um impacto importante na influência dos votos do eleitorado. Para tanto, as pesquisas eleitorais devem adotar o viés da transparência, revelando claramente sua metodologia epúblico alvo. Sabemos que a apuração é quantitativa, portanto, em uma pesquisa de intenções de votos o critério é a densidade populacional.

Em recente pesquisa divulgada sobre a disputa do executivo estadual em Alagoas, que avalia a aceitação de três nomes cotados para as candidaturas – deputado estadual Paulo Dantas (MDB), senador Rodrigo Cunha (PSDB) e deputada estadual Jó Pereira (MDB) – o critério para a coleta dos dados se deu pela representatividade socioeconômica. Como supracitado, em casos de pesquisas quantitativas, a estratificação social ou idade não são determinantes para um resultado satisfatório, visto que se deve avaliar a quantidade de eleitor por município.

Outra informação que ficou vaga na pesquisa é com relação aos locais nos quais ela foi aplicada, fala-se de 44 municípios, mas estes não são revelados ou quantas pessoas por município foram entrevistadas, disponibilizando apenas o total dos participantes, o que oculta a densidade eleitoral e aumenta bastante a margem de erro que, segundo o instituto que realizou a pesquisa, seria de 3% neste caso. Lembrando novamente que a densidade demográfica de cada município pode fazer variar o resultado da pesquisa, induzindo, portanto ao erro e afastando os resultados da realidade. 

Negligenciar esses dados contribui para uma pesquisa sem fundamento, visto que quanto maior a margem de erro, menos efetiva a pesquisa. Diante de tantos cenários já divulgados pela mídia no sentido da disputa pelo governo do estado, realizar uma apuração numa escala maior sem seguir os principais critérios que fazem de uma pesquisa bem sucedida confunde o eleitor e bagunça o cenário que vem sendo construído no período pré-campanha.