A matrix na qual o destino do governo de Alagoas se transformou tem mexido com o juízo da classe, agora Paulo Dantas delira em manter o apoio à Renan Filho, votar em Lula e migrar para o União Brasil, com plus de jurar de pé juntos que o comando do diretório alagoano da legenda vai cair nas mãos de Marcelo Victor, seu mentor. O aspirante à coronel das Alagoas está ignorando totalmente uma das principais diretrizes do partido: o rechaço a qualquer tipo de apoio à Lula e sua turma, eles definitivamente não dividem palanque com ninguém ligado ao PT.
Segundo o futuro tampão (ou não), RF não demonstra objeções à decisão, mas o silêncio do atual governador se deve ao fato de que Paulo Dantas não é o candidato do seu coração, ele é produto de Marcelo Victor, citar isso tem se tornado enfadonho, mas a servidão de Dantas cabe apenas ao presidente de ALE/AL. Além de todo o malabarismo para declarar apoio à RF e ainda assim dar fuga do MDB, Dantas considera como vice o desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), Tutmés Airan, apoiador declarado de Lula e ligado ao PT, mais uma inconsistência com o UB.
A briga entre Marcelo Victor e Arthur lira pela liderança do partido também deixam Paulo Dantas de calças curtas, caso ele migre de fato para a legenda, seu grupo provavelmente não o fará, e pior, se Arthur Lira assume o comando do UB será que ele abre mão de seguir incondicionalmente seu guru para apoiar o “primeiro-ministro” de Bolsonaro? Uma salada política indigesta, de fato, já que as chances de Dantas para assumir o palácio se apoiam apenas na renúncia de Renan Calheiros Filho, e depende também do apoio de pelo menos 17 deputados para que agarre o cargo pelos próximos oito meses, quem disporá desse contingente em favor de Paulo Dantas?
Como está havendo uma evasão em massa do MDB talvez Dantas esteja tentando sair à francesa, sem causar o desgaste que um rompimento de alianças gera, principalmente se tratando dos Calheiros, apesar do enfraquecimento, poucos políticos que seguram as mãos deles, ou que foram segurados, pretendem se indispor, a medida estratégica é fingir demência e sair declarando apoio cego e incondicional, os famosos afagos. Não dá nem mais para chamar isso de xadrez, está mais para uma partida UNO onde cada jogador define suas regras.
No final de tudo os caminhos nos bastidores já estão definidos e consta nos manuais regras e diretrizes para direcionar o eleitor à confusão. Paulo Dantas considera que governar Alagoas é sua missão de vida, mas não entende que não se chega a tanto por meio da aleatoriedade, quanto mais aleatórias suas táticas, mais aleatórios ainda os resultados, e como sabemos, a política não se desenrola aleatoriamente, principalmente em um estado onde alto escalão dá as cartas, o povo só valida.