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Kits de robótica alimentaram desvios milionários no início do governo de RF


É inegável que a tecnologia opera impactos profundos no cotidiano, as crianças atualmente estão se familiarizando cada vez mais cedo com ela e, portanto, se faz necessária uma aplicação pedagógica da tecnologia para atrair a atenção e o interesse dos jovens para este ramo. A robótica tem sido uma ferramenta imprescindível para este fim, inserida desde cedo nas salas de aula, este poderoso instrumento pedagógico aplica benefícios como melhora no desenvolvimento cognitivo dos alunos e no processo de aquisição dos conhecimentos aprendidos em sala.

Para tanto, deve-se ter em torno disto uma estrutura completa para receber os instrumentos e sistemas que propiciarão o desenvolvimento da robótica no ambiente pedagógico, e pensando no âmbito do ensino publico, onde temos conhecimento da precariedade que muitas instituições enfrentam diante do descaso dos governantes,chegamos aos processos que utilizam de má fé mais uma ferramenta que surgiu para desenvolver o aprendizado e alavancar a qualidade do ensino. Enquanto estudantes sofrem com escolas sucateadas, que sequer contam com um laboratório de informática ou sinal de internet, desde 2015 o Governo de Alagoas tem feito uma farra com o erário usando a aquisição de kits de robótica superfaturados.

No início da gestão de RF no executivo estadual, a Secretaria do Estado de Educação e do Esporte, liderada à época por Luciano Barbosa, adquiriu um Projeto Pedagógico com kits de robótica por valores exorbitantes, o contrato com a Editora VIVA fechou um total de R$2.950.000,00 em 50 kits num valor unitário de R$ 59 mil reais, ou seja, um valor muito acima, e põe acima nisso, do praticado no mercado, inclusive internacional. Como se não bastasse o hiperbólico superfaturamento dos kits, a secretaria levou a justificativa de que para o projeto atender a uma escola, seria necessário ajuste no quantitativo de projetos, visto que 50 não seriam suficientes, o necessário seria três unidades para atender uma escola. Um total de 150 conjuntos para atender as 50 escolas. Assim, o valor da contratação foi de R$ 8.850.000,00 para 50 escolas, perfazendo um total de R$ 177 mil por projeto.

O uso da ferramenta para desviar rios de dinheiro é hábito desde o início da gestão, mesmo a solicitação tendo sido feita um ano antes da posse de RF, seu governo deu continuidade ao contrato, com valores inchados e solicitações ainda maiores para meter a mão na verba destinada à educação no estado. Então, quando o assunto é governo do estado espere desvios absurdos, abafados e esquecidos quando o clã Calheiros decide por atacar seus adversários, felizmente as provas estão aí, documentos chancelados que comprovam todo o trâmite que, apesar de não apresentar irregularidades, mostram claramente o superfaturamento dos kits pedagógicos, e estes, por sua vez, são amontoados em almoxarifados de escolas que sequer contam com rede de internet para atender os alunos em atividades cotidianas.

Lembrando que em 2015 Alagoas figurava o vergonhoso ultimo lugar no ranking do Ideb, estando entre as piores notas no índice pela terceira vez consecutiva, mesmo nessa situação a prioridade do estado estava em faturar milhões em detrimento da precariedade do ensino no estado. O mais lamentável é ter que engolir que os pequenos e frágeis passos que a educação alagoana tem dados tem sido as custas de muitos desvios e enriquecimentos ilícitos, uma das pastas que deveria ser considerada a mais importante e priorizada pelos governantes é utilizada como instrumento de lucro dos poderosos que reinam no estado há décadas, sem falar em esperança, mas com o pé no chão, esperamos que esse reinado esteja com os dias contados e que finalmente a educação no estado alcance novos horizontes, sem desvios no caminho.