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Larga o osso, REInanzinho


Quando Ruth Rocha escreveu o conto infantil “O reizinho mandão”, lá em 1978, no final da ditadura militar, sua intenção era mostrar que a democracia detinha um poder superior à tirania do despotismo, e que as pessoas deveriam ter voz para exercer suas liberdades. Em um texto ritmado e coloquial, a autora apresentou um reizinho mimado, que adorava mandar a todos que se calassem,filho de um rei bondoso que havia legado seu trono a ele. Pelo seu hábito de usar a expressão “cala a boca!”, o reizinho acabou por transformar seu reino em um lugar silencioso e solitário, bem como ele havia ordenado, mas o menino chato e mandão acabou se vendo isolado pelas consequências do que havia pedido, silêncio e solidão sepulcral.

Dá para traçar inúmeros paralelos entre a realidade e a ficção do conto de Ruth Rocha, aqui em Alagoas temos uma dupla de reis, pai e filho que estão mais para coronéis, e de bonzinhos não tem é nada, mas o filho segue essa linha do reizinho mimado, que não consegue arcar com as consequências de seus atos e insiste em manter o cordão umbilical que costurou durante todo o tempo que reinou no estado. Renan Calheiros Filho deixou oficialmente o governo do estado, mas parece que continua preso a ele, aparece de penetra em todos os eventos oficiais na gestão interina, constrangendo o governador em exercício, Dr. Klever Loureiro, e demais integrantes da equipe.

Mas sua presença não se limita apenas às aparições, o ex-governador não se acostuma com a posição de ter se transformado em um “ninguém na fila do pão” e sua audácia o leva a discursar nos eventos organizados pela máquina publica para promover sua candidatura ao senado e se manter na mídia, ou seja, crime eleitoral, afinal, sua campanha está sendo basicamente bancada pelo governo do estado quando ele usa um palanque oficial para promoção pessoal, oras, REINANZINHO, você fez sua escolha e agora, sem mandato, eira nem beira, mantém suas atitudes de menino mandão e toma um espaço que nem lhe pertence em benefício próprio, parece criança apagando a velinha do bolo do aniversariante só pela inconveniência.

Agora fica o questionamento, se tem juiz que age para mandar o adversário remover vídeos das redes sociais falando verdades sobre os “coronés” cadê juiz para punir o ex-governador que usa a máquina publica para fins eleitoreiros? Estranho, os Calheiros querem transformar Alagoas em seu puxadinho particular, onde eles mandam e desmandam sem limites e escrúpulos, ninguém mexe no rei pai e no rei filho, eles são intocáveis, todo mundo “cala a boca!”. Mas não é bem assim que a banda toca, o alagoano só reelege esse clã se quiser permanecer no silêncio sepulcral que os pseudo-donos das Alagoas impõem.  Em pleno século XXI, vivendo em uma democracia, não dá mais para sustentar uma oligarquia no estados, não somos a República das Alagoas, fazemos parte de uma federação, que deveria viver sob um sistema de liberdade e livre escolha do povo, o poder está justamente aí, no voto, livre, secreto, sem cabresto.

Não tem porque sentir medo da abstinência de RF pelo poder, apesar de ele ainda se sentir governador do estado, firmar alianças que garantam um tampão fantoche para que sua família continue dando as rédeas do estado, a resposta vem nas urnas. Em breve o reizinho mandão das Alagoas vai ter seu cordão umbilical com o poder extirpado pelo povo cansado que está reaprendendo a falar, o retrocesso será substituído pela voz forte e límpida que sairá das urnas nas majoritárias, berrando bem no ouvido dos Calheiros, assim como a parlenda na história de Ruth Rocha “cala boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu”! E seus esforços em atropelar protocolos e etiquetas para a promoção de seus interesses eleitorais cairão por terra, assim como seu reinado, então, larga o osso enquanto há tempo, REInan.

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