Os elementos que alicerçam uma obra publica estão muito além de tijolo e concreto, quando o único planejamento é encher os bolsos para engordar campanha, os canteiros de obras se tornam minas de ouro que resultarão em edifícios inúteis e futuros depósitos abandonados. Não é necessário entrar na explicação burocrática de como se fraudam licitações para superfaturar obras e desviar dinheiro, isso é uma prática caduca que todo mundo já está familiarizado, infelizmente, a questão aqui é entender como um governante imagina que cimento, asfalto e mídia vão encher a barriga da população e sanar crises econômicas e sanitárias, tentar desenvolver um estado sem voltar os olhares para quem vive nele é por o carro na frente dos bois.
Em final de mandato, o governador formado em economia incorporou o engenheiro civil, organizou uma caravana e está rodando Alagoas para visitar as inúmeras obras de seu governo que, magicamente foram retomadas, em um lapso também decidiu ouvir os clamores dos alagoanos, que despejam comentários ríspidos e revoltados em suas redes sociais, enquanto o mandatário viciado em Instagramalimenta seus reels com sua rotina fitness. O mais importante no momento parece ser construir hospitais no interior sem sequer contar com equipes para dar conta de UTIs no principal hospital do estado, o HGE, sanar o caos da fome e da miséria em Alagoas para quê? Importante mesmo é empilhar bloco, usar capacete de proteção e posar para fotos em frente às placas, a fome pode esperar, o desemprego, nem se fala, para que mais? Temos inúmeros postos de emprego nas construções desenfreadas que pululam no interior (ironia, para os disléxicos).
Fica aí o exemplo da completa ignorância quanto ao verdadeiro sentido etimológico da política, a Pólis é a comunidade, a sociedade, a coletividade, sem a devida valorização do cidadão e investimento nele, nenhuma região desenvolve, é o povo que compõe as repartições publicas, consome, vende sua mão de obra, paga impostos e, não menos importante, vota! Pela primeira vez emmuito tempo uma pequena porção do estado sente essa humanização na administração publica. Maceió está experimentando incrédulo a faceta de um gestor que de fato governa para a população e, melhor ainda, ao lado dela. Sem entrar no mérito da liderança, mas temos aqui um cidadão que calhou de ter a vocação para representar uma cidade e executar suas atribuições partindo da base, do verdadeiro alicerce da democracia, as pessoas.
JHC está enfrentando a incredulidade das pessoas que estão habituadas com gestores que comandam o estado como uma criança mimada, impondo a pulso firme seus desmandos, usando a máquina publica para engordar suas contas internacionais e gozar de todo o luxo que o dinheiro pode comprar enquanto o gado mirra nos currais implorando uma gota de atenção que só chega em período de campanha eleitoral. A atenção de JHC ao maceioense é constante, esteja aqui pelas ruas, acompanhando as ações de sua equipe, pelos becos, vielas e grotas, destemido e de braços abertos ou internacionalmente, sempre focado na sua cidade e interferindo a todo custo em qualquer sinal de prejuízo ao morador de Maceió.
O prefeito da capital alagoana entende que o principal alicerce da sociedade é o povo, a joia da democracia precisa ser lapidada, valorizada, só assim caminhamos, trabalhamos, empreendemos, estudamos, não que obras estruturantes devam ficar de lado, elas são imprescindíveis para a manutenção do estado, mas não se constrói hospitais sem profissionais qualificados, sem estrutura interna, sem saneamento básico, com a educação falida e o povo passando fome, não se asfalta avenidas para que na semana seguinte todo o trabalho precise ser refeito, causando transtornos, atrasando o trânsito. O cidadão precisa entender que ele não é só uma engrenagem, um bom administrador fomenta a cultura, o lazer, benefícios para aqueles que tiveram poucas oportunidades, num estado pobre como o nosso, abraçar os que vivem aqui é dar uma porção de acalento político depois de tantos anos de exploração.
Olhamos para o vizinho Pernambuco e nos perguntamos o que impede Alagoas de chegar aos pés do estado que transformou Petrolina em um oásis com o Canal do Sertão, o que aconteceu em Alagoas para que ficássemos para trás? Pergunta obviamente retórica, sabemos a resposta: gestão, máfia, curral. O povo aqui não é tratado como GENTE, ainda somos gados tocados a pau e ferro, obrigados a escolher entre oligarquias e, quando nos deparamos com um ser humano no pódio, estranhamos, estamos acostumados a levar chicotadas sob rédeas, estamos acostumados a engolir concreto e respirar poeira, até quando?