Trabalho destes profissionais extrapola os muros das escolas
A vastidão do universo que contempla a rede municipal de ensino é complexa e recheada de histórias de vidas plurais. Profissionais do serviço social atuam diariamente com estas complexidades, buscando garantir o acesso a direitos básicos de estudantes, famílias e comunidade escolar.
Comemorado neste domingo (15), o Dia do Assistente Social traz à luz a importância da contribuição destes profissionais na busca pela democratização do acesso aos direitos sociais e ao combate incessante na luta contra a evasão escolar. Utilizando de diversas estratégias, os 75 assistentes sociais da rede têm transformado a realidade da comunidade escolar em diversas unidades educacionais.
Localizada no Tabuleiro do Martins, na Escola Municipal Pedro Suruagy, é unanimidade que após a chegada da assistente social Laura Lima, recém-contratada pelo Processo Seletivo Simplificado (PSS), promovido pela Prefeitura de Maceió, o cotidiano da escola se transformou. Agora, familiares e comunidade escolar voltaram a se aproximar e passaram a estar mais presentes no ambiente escolar.
O processo foi transformador também para Laura. Ela fala da emoção em poder agir pontualmente na mudança de uma dura realidade presente na vida de muitos pais e estudantes.
“Trabalhamos para transformar a realidade social de estudantes e de suas famílias, por meio de um conhecimento político e ético, diminuindo, portanto, os índices de vulnerabilidade social entre essa população. A minha atuação na rede municipal é motivo de felicidade e realização profissional. Saber que estou contribuindo diretamente com uma mudança na realidade social desses estudantes é emocionante”, disse a assistente social.
Levar para o ambiente escolar discussões que ampliem os conhecimentos acerca de questões sociais também está entre as atribuições destes profissionais. Walter Araújo está entre os últimos profissionais contratados pelo PSS. Atuando na Escola Municipal Sérgio Luiz Pessoa Braga, na Chã da Jaqueira, ele fala da importância de mostrar aos estudantes que a escola é um espaço seguro e de acolhimento.
“A partir da perspectiva de não trabalhar apenas considerando o imediatismo, passei a propor temáticas que pudessem disseminar a informação entre os estudantes, como o combate à violência contra a mulher e o combate ao abuso sexual entre crianças e adolescentes, para que eles reconheçam que o ambiente escolar em que estão é seguro”, enfatizou Walter.
Denise Oliveira é assistente social da Escola Municipal Professor Paulo Freire, no São Jorge. A profissional atua há 17 anos na rede municipal de ensino e destaca o importante papel transformador do serviço social nas unidades educacionais.
“O assistente social traz um olhar ampliado em relação à realidade sociofamiliar do aluno que requer uma intervenção profissional qualificada e muitas vezes para além dos muros da escola e em muitos casos interfere diretamente na melhora do desenvolvimento escolar do aluno. Um profissional consciente do seu papel pode ser um agente transformador da realidade social, trabalhando na garantia do acesso ao ensino público gratuito e de qualidade e na universalização dos direitos”, afirmou Denise.
Transformando realidades
O contato direto com estudantes e familiares faz com que os profissionais do serviço social modifiquem a realidade de muitos indivíduos diariamente por meio do seu trabalho.
“Um dos momentos mais emocionantes nesses meses de trabalho na rede foi quando recebi o agradecimento da mãe de um estudante que após receber uma orientação do setor de serviço social da escola, ela conseguiu dar entrada em um processo de adoção e este é o nosso papel, contribuir e viabilizar o acesso dessas pessoas aos direitos fundamentais”, contou Laura Lima.
Entre diversas ações executadas no exercício profissional, Walter falou com afeto do momento em que contribuiu para melhorar a vida de estudantes e familiares através do atendimento nas escolas.
“Os momentos em que consigo, junto aos estudantes e familiares, viabilizar o acesso a um direito são muito marcantes e felizes. Recentemente, entrevistei uma mãe que por falta de conhecimento, tinha um filho em idade escolar que ainda não estava estudando e com todo o atendimento especializado, em menos de 48h, a criança já havia sido matriculada e já frequentava a escola”, revelou o assistente social.
Aucione Albuquerque é assistente social na sede da Secretaria Municipal de Educação (Semed). Ela participou da comissão do PSS que selecionou os novos profissionais e destacou a importância do reconhecimento do trabalho prestado pelos profissionais do serviço social junto à comunidade escolar.
“Trabalhamos com o objetivo de dar garantia aos estudantes e familiares de terem acesso aos direitos sociais, a partir do entendimento da realidade social dessa população e, com certeza, os profissionais contratados pelo PSS vieram para somar nestas iniciativas dentro das unidades escolares”, concluiu.