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Família que teve casa colapsada por fortes chuvas recebe apartamento da Prefeitura

Atendimento e acolhimento da Defesa Civil foram primordiais na mudança de vida

Família que teve casa colapsada por fortes chuvas recebe apartamento da Prefeitura
Juntos há 20 anos, o casal e a filha têm uma vida tranquila e segura no novo lar. Foto: Célio Junior/Secom Maceió

O dia 15 de abril de 2021 ficou marcado na vida e na memória do técnico de dedetização Cristiano Vieira. Ele morava com a família em uma pequena casa na Grota da Alegria, no Benedito Bentes. O local está entre um dos pontos de alto risco no mapeamento do Plano Municipal de Redução de Risco (PMRR) da Defesa Civil e já era monitorado pelos técnicos e engenheiros do órgão. O êxito deste trabalho preventivo é que ele salva vidas e evita tragédias.

O período era de chuva e houve uma preocupação em comum para as pessoas que residem nessas regiões de encostas, que é um risco de um deslizamento e/ou desabamento.

“Naquela noite eu levantei várias vezes e olhei pela janela para ver se estava tudo bem”, lembra o morador.

Emocionado, Cristiano relata a história ao lembrar do dia em que sua casa desmoronou. Foto: Célio Junior/Secom Maceió
Emocionado, Cristiano relata a história ao lembrar do dia em que sua casa desmoronou. Foto: Célio Junior/Secom Maceió

Os pluviômetros da região registraram um acúmulo de 102 mm de chuva no bairro onde estava a casa da família no dia do ocorrido e a Defesa Civil havia emitido mensagens de textos de alerta, enviadas por telefone, desde o dia 11 de abril para toda Maceió. As mensagens indicavam chuvas intensas.

Como de costume, Cristiano e sua esposa Iristânia saíram para trabalhar. A filha do casal, Isley Natalia, 17 anos, foi para a escola.

“Minha filha não queria ir para a escola naquele dia por causa da chuva, mas eu insisti e ela foi. O quarto dela era o mais próximo da encosta”, relata a mãe emocionada.

Não demorou muito. Iristânia, operadora de caixa de 38 anos, recebeu a ligação de seu irmão, que também morava próximo, pedindo para que ela e seu esposo retornassem para casa. E, ao chegar, já não havia mais nada da estrutura. A casa veio abaixo.

O coordenador da Defesa Civil, Abelardo Nobre, lembra que nesse dia foram realizadas mais de 150 ocorrências registradas pelos agentes operacionais.

“Foi um dia marcante para todos nós. Estávamos com nossas equipes em campo, atendendo os chamados e alertando a população das áreas de risco”, diz.

PRONTO ATENDIMENTO

Em poucos minutos, a Defesa Civil chegou ao local para atender a família do Cristiano, assim como outras que residiam próximo ao local. Denise Batista foi a psicóloga da Diretoria Social que fez o cadastro e realizou os encaminhamentos necessários, com a escuta qualificada, ao levar o apoio que Cristiano e a família precisavam naquele momento.

A família inicialmente recebeu o auxílio aluguel por um período e logo foi incluída no programa de habitação.

“A Diretoria Social da Defesa Civil tem o importante papel de realizar o encaminhamento das vítimas de desastres para as secretarias que realizam os atendimentos posteriores. Nosso trabalho foi primordial para que a família fosse assistida da forma adequada e com celeridade”, destaca o diretor social, Eugênio Dantas.

Diretor Social, Eugênio Dantas e a psicóloga Denise Batista, realizaram o atendimento à família. Foto: Célio Junior/Secom Maceió
Diretor Social, Eugênio Dantas e a psicóloga Denise Batista, realizaram o atendimento à família. Foto: Célio Junior/Secom Maceió

TODOS A SALVO

Além de Cristiano, Iristânia e a filha do casal, Isley, havia na residência o Marley, cachorro da família e mais três passarinhos. Scott, uma charmosa Calopsita e mais dois periquitos. Marley e os periquitos foram resgatados, mas ainda faltava Scott. Após retornar aos escombros que havia se tornado a residência para pegar o que ainda conseguiram salvar, mesmo sem esperança, ao mexer em um pedaço de telha, Cristiano encontrou a ave.

“Ela estava em um pequeno espaço debaixo da telha, apertado, só cabia ela”, revela a moradora, emocionada. “Foi Deus, não tem outra explicação”, completa.

Todos ficaram bem, inclusive Marley, o cachorrinho da família, e os passarinhos. Foto: Célio Junior/Secom Maceió

UM NOVO LAR

A situação que, naquele momento representava uma tragédia para Cristiano e sua família, tornou-se a oportunidade de uma vida melhor. Após alguns meses assistidos pelo aluguel social, a família recebeu a notícia que receberia um novo lar.

Eles foram contemplados com um imóvel no Residencial Alamedas do Pontal, no Benedito Bentes. Antes, a família vivia em uma situação de vulnerabilidade e agora reside em um local seguro, com água encanada, energia elétrica, esgotamento sanitário, área verde e um espaço amplo para viver com qualidade.

As casas têm área total de 43 m² e contam com cozinha, sala, banheiro e dois quartos. Os quatro Residenciais Alamedas somam 1.920 apartamentos que vão abrigar cerca de 8 mil maceioenses.

“Nós somos muito gratos à Defesa Civil, à toda Prefeitura. Nossa vida mudou para melhor e agora nós dormimos tranquilos”, conta Cristiano Vieira.

Diretoria Social fez aproximadamente 600 atendimentos em áreas de vulnerabilidade em 2021. Foto: Marcelle Limeira/Ascom Defesa Civil
Diretoria Social fez aproximadamente 600 atendimentos em áreas de vulnerabilidade em 2021. Foto: Marcelle Limeira/Ascom Defesa Civil

DIRETORIA SOCIAL

Em 2021, a Diretoria Social fez aproximadamente 600 atendimentos em áreas de vulnerabilidade como grotas e comunidades de toda a cidade de Maceió. O setor realiza a escuta qualificada e faz os encaminhamentos necessários.

“Quando a vistoria dos agentes operacionais identifica um iminente colapso da residência, fazemos o encaminhamento da família para as outras secretarias da Prefeitura que disponibilizam o aluguel ou, se for o caso, inclusão nos programas habitacionais”, explica o diretor Eugênio Dantas.

Há duas possibilidades para essas famílias que residem nas áreas de risco. De acordo com o perfil, as assistentes sociais fazem o encaminhamento. O primeiro deles é o Aluguel Social. A família recebe, por um período, o valor de R$250 para auxiliar no custeio de um aluguel, enquanto a família não pode retornar para a residência.

Para os programas habitacionais, capitaneados pela Secretaria Municipal de Infraestrutura, são encaminhadas famílias que tiveram suas casas demolidas, por risco iminente de colapso, ou mesmo que já desabaram.

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