Maceió é Massa Sem Racismo ganha as ruas, escolas, universidades e secretarias e órgãos municipais
A campanha Maceió é Massa Sem Racismo ganhou as ruas, as escolas, as universidades e foi apresentada aos servidores públicos municipais como estratégia de implantação de políticas públicas continuadas de igualdade racial na capital alagoana.
Idealizada pela Secretaria Municipal da Mulher, Pessoas com Deficiência, Idosos e Cidadania (Semuc), Secretaria de Comunicação (Secom), Autarquia de Desenvolvimento Sustentável e Limpeza Urbana (Alurb), Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), em parceria com o Instituto Raízes de Áfricas e o Procon Maceió, a iniciativa teve uma programação diversificada.
A atividade, que marcou o início da campanha, ocorreu no auditório da sede da Prefeitura de Maceió, no dia 11 de novembro, com a Primeira Escuta Ativa do Movimento Negro de Maceió. A solenidade contou com representantes da atual gestão, de instituições e de movimentos da sociedade civil.
O intuito da reunião foi compreender as necessidades da população negra maceioense, a partir de sua própria perspectiva, proporcionando uma oportunidade de escuta de suas demandas.
Já a exposição Pérola Negra, exaltando a diversidade e a beleza de mulheres negras alagoanas, foi montada no Parque Shopping, em Cruz das Almas, e no Pátio Shopping Maceió, no Benedito Bentes.
Ao todo, 12 fotografias de mulheres negras alagoanas, que possuem diferentes tipos de atuação na sociedade, foram expostas ao público com a proposta de mostrar a diversidade e a pluralidade, a fim de quebrar com estereótipos e preconceitos atrelados à mulher preta. A exposição, cujas imagens foram clicadas por fotógrafos da Secom, permanece em cartaz até o dia 30 de novembro.
Uma roda de conversa, no Parque Shopping, desenvolvida em parceria com o Procon Maceió, apresentou o projeto Procon Racial. A iniciativa apresentou uma cartilha educacional que informa os direitos dos consumidores e como denunciar ao passar por uma situação de racismo em estabelecimentos comerciais.
Comitê histórico
Na semana passada, a Prefeitura de Maceió empossou os integrantes do recém-criado Comitê Municipal de Promoção de Igualdade Racial, uma iniciativa inédita no País. O objetivo do colegiado é desenvolver estratégias de enfrentamento ao racismo estrutural e institucional,
A composição vai atuar, além do combate a esta prática nefasta, sugerindo, acompanhando, monitorando medidas e mecanismos de promoção da igualdade racial.
Vinculado à Secretaria Municipal da Mulher, Pessoas com Deficiência, Idosos e Cidadania (Semuc), o comitê é formado por um representante titular e um suplente das secretarias e demais órgãos (fundações e autarquias) da gestão municipal. Eles vão trabalhar conjuntamente no propósito de enfrentar este problema social.
“Vamos juntar as expertises e fazer um pacote de possiblidades. A Prefeitura de Maceió, neste sentido, vai atuar como cérebro. A nossa intenção é discutir, dialogar com a sociedade e construir uma base. A criação do Comitê se trata de um reinventar de caminhos para o debate das políticas de igualdade racial. A prefeitura sai na frente e é o primeiro município do Brasil a criar este mecanismo”, afirmou a coordenadora do Instituto Raízes de Áfricas, Arísia Barros.
Servidores da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Primeira Infância e Segurança Alimentar (Semdes) também foram alcançados pela campanha e participaram de uma roda de conversa antirracista.
O evento teve como tema “Discutindo Racismo Estrutural e Institucional”. Além da atividade de discussão e aprendizado, também foi disponibilizada uma cartilha contendo expressões e frases racistas que acabam sendo utilizadas em ambientes de trabalho e na vida pessoal.
Guia contra o racismo
O município de Maceió também lançou o Guia Afro Informativo – A consciência de novembro é para valer o ano inteiro para instruir e combater o racismo. O guia destaca as diferenças entre racismo e injúria racial, bem como instrui a pessoa que lê a identificar atitudes diárias que podem se caracterizar como racismo.
Um dos destaques do documento é o indicativo de expressões que são racistas, como “a coisa tá preta” e “inveja branca”. O guia é distribuído pela Semuc nas ações da campanha e também pode ser conferido na íntegra aqui.
Na programação do mês da Consciência Negra ainda constam uma roda de conversa na Escola Municipal Professora Silvia Celina Nunes Lima, no Village Campestre II, e a palestra “A Consciência Negra de Novembro é pra valer o ano inteiro?” Uma discussão, na Faculdade UMJ e Escola Pompeu Sarmento.
Para encerrar, no dia 25 de novembro, a Prefeitura de Maceió vai promover o encontro Imprensa Antirracista, uma conversa em formação, no Ritz Hotel Lagoa da Anta, para discutir esta importante pauta com a jornalista Juliana Cezar Nunes, que é mestra e graduada em Comunicação Social e gerente de Jornalismo Digital da EBC, Agência Brasil e Radioagência Nacional.
