Da para entrar em uma batalha desarmado? O pré-candidato calheirista à prefeitura de Maceió, deputado federal Rafael Brito, ousou entrar e ainda chamar seu oponente para uma luta frente à frente, obviamente, uma luta política, pondo em campo argumentos e acusações.
Não bastasse “Tio Rafa” ter sido lançado ao Deus dará pelo MDB e depois colocado de molho, Brito atenuou o tom de sua campanha divulgando um vídeo nas redes sociais com o questionamento “Maceió tá massa pra quem?”, a ideia é chamar JHC para um debate, coisa inevitável em momento de eleições.
Mas é válido se fazer um contra-embate e por em pratos limpos cada tópico abordado por Brito em seu vídeo. Primeiramente, o pré-candidato argumenta que traz a experiência do melhor governo do estado, vamos aos índices. Sabe-se que os Calheiros governam o estado há anos, mas há 4 décadas são expurgados na capital em todas as eleições municipais.
Os números não mentem, a tão gloriosa gestão estadual ainda não conseguiu melhorar os índices de analfabetismo no estado que ainda é a pior do país. De acordo com o Censo 2022, a proporção de alagoanos com 15 anos ou mais que não sabem ler nem escrever é de 17,7%. No Censo de 2010 essa taxa era de 24,3%.
Quanto à segurança, o contraste é absurdo, quem vive em Maceió lembra da constante sensação de perigo que vivenciávamos, nem mesmo o transporte coletivo era poupado, todos os dias a população sofria com assaltos voltando de seus trabalhos, uma realidade completamente diferente hoje.
A implantação da ronda do bairro e o reforço na segurança municipal garante hoje mais tranquilidade aos maceioenses, diferente da realidade do resto do estado, já que segundo o relatório do Mapa da Violência, Alagoas registrou 35 homicídios por 100 mil habitantes, sendo um dos poucos estados onde a violência cresceu do ano passado para 2024, ocupando o terceiro pior lugar na taxa de homicídios do país, atrás apenas do Amapá e Pernambuco.
Brito mais uma vez dá murro em ponta de faca ao citar a mágoa do governo em a gestão municipal lançar seu próprio programa educacional, que diga-se de passagem, vem se tornando referência nacional, mas para o emedebista a culpa na manutenção de índices vergonhosos na educação estadual é da capital que não acata as ordens do seu governador.
Sendo assim Programa Gigantinhos está proporcionando creches com estrutura moderna para oferecer educação e tempo integral para crianças de baixa renda em toda Maceió, na parte alta e baixa, pondo em xeque inclusive mais um ponto abordado por Brito, de que a parte alta está abandonada.
Vale destacar a orla de Maceió concentra o maior conglomerado de hotéis da cidade, sendo portanto, o polo turístico da capital, uma das economias mais aquecidas por aqui, no entanto, basta comparar a situação da parte alta, e até mesmo da parte baixa da cidade, com o que ocorria antes da gestão.
Além de problemas estruturais básicos, como falta de iluminação, ruas esburacadas, ausência de sinalização e segurança precária, não existia interesse do poder público em sequer investir no turismo e incentivar a geração de emprego.
No tocante à parte alta, além da melhora significativa da segurança, nunca houve tanto investimento nas grotas e periferias, seja com iluminação, acessibilidade, creches e lazer, ou mesmo levando segurança e dignidade para as famílias que residem nesses locais, se Brito de fato conhecesse a realidade de Maceió e visitasse estas regiões, avaliaria seu discurso repetido desde que sonhou em se lançar candidato à prefeitura do mais absoluto nada.
Da para contrapor cada tópico abordado por Brito, seja num debate ou num relatório, não é necessário procurar muito, necessário mesmo é por na balança quem tem mais competência parar gerir Maceió, um prefeito ficha limpa que em seu primeiro mandato projetou a capital alagoana para uma das mais modernas e bem estruturadas do país, ou num pau mandado que tem no currículo uma investigação pela compra de livros superfaturados em sua gestão como secretário de educação?
Desta vez, façam suas escolhas.
