A sensação de insegurança cresce a cada dia em Maceió e em diversas cidades do interior de Alagoas. Nos últimos meses, a capital alagoana tem registrado uma sequência preocupante de ocorrências de violência na orla marítima — uma das principais vitrines turísticas do estado. Assaltos, furtos, agressões e até casos de homicídio têm sido relatados por moradores e visitantes, gerando medo e revolta entre os maceioenses.
Enquanto isso, o governador Paulo Dantas (MDB) vem sendo alvo de críticas nas redes sociais por aparentar descompasso entre discurso e prática. Em meio ao agravamento da insegurança, o chefe do Executivo estadual publicou vídeos realizando procedimentos estéticos, como aplicação de botox, atitude que gerou indignação entre parte da população. Para muitos, a imagem de um governador se dedicando a questões pessoais, enquanto a segurança pública enfrenta um cenário de caos, simboliza o distanciamento entre o governo e a realidade vivida pelos alagoanos.
A contradição se acentua diante da propaganda oficial do governo, que tem exaltado “o maior investimento em segurança pública da história de Alagoas”. Recentemente, a mesma orla que hoje é palco de crimes foi usada para um desfile que apresentava as novas viaturas e o efetivo policial, em uma tentativa de reforçar a imagem de eficiência da gestão estadual. No entanto, a percepção popular segue oposta: a violência parece se espalhar de forma descontrolada, atingindo bairros da capital e praticamente todos os municípios do estado.
O contraste entre o marketing institucional e o cotidiano da população é evidente. O alagoano comum, que teme sair de casa à noite ou circular por áreas antes consideradas seguras, sente-se desamparado. A cada novo episódio de violência, cresce a sensação de abandono e a descrença nas promessas de um governo que investe mais em imagem do que em resultados concretos.
Diante desse cenário, resta o apelo à fé — um sentimento cada vez mais comum nas ruas: “Que Deus nos proteja”.





