Palmeira anunciou sua filiação ao PSD de Marx Beltrão no ultimo dia 05 através das redes sociais.
O ex-prefeito de Maceió, Rui Palmeira, se viu encurralado pelas mudanças nas regras eleitorais e mudou os planos. O político que estava fechado com o Podemos, de seu aliado e homem de confiança Tácio Melo, depois de ter deixado o PSDB por divergências com o Senador Rodrigo Cunhacom relação às alianças para as eleições municipais, que ocorreram ano passado, chegou a assumir a presidência estadual do partido, e já corriam rumores de sua candidatura para concorrer a uma vaga na Câmara de Deputados em 2022.
Com menos de três meses do anúncio de sua posse no Podemos, sendo inclusive recebido e congratulado pela presidente nacional do partido, a deputada federal Renata Abreu (SP), Rui viajou à Brasília e anunciou sua filiação ao PSD de Marx Beltrão. A mudança de rota se deve à reformulação das regras eleitorais que dificultam a formação de chapas proporcionais isoladas para as eleições do ano que vem, mas a mudança de partido e relação mais estreita aos aliados de Renan Filho eleva as possibilidades de Rui Palmeira, já que o PSD apoiou a candidatura de Alfredo Gaspar para prefeito de Maceió.
Com a união, a preocupação incorre na possibilidade de duas cadeiras da Câmara estarem quase garantidas, mas com a chancela de Marx Beltrão o caminho fica escancarado para uma possível candidatura ao executivo do estado. A estratégia foi correr do MDB – partido do atual governador – e buscar um terreno adubado pelas influências de Renan Filho, mas sem se arriscar a repetir o erro de Alfredo Gaspar, que foi derrotado ano passado graças à sua aliança com o governador.
Mesmo com a desfiliação, Rui Palmeira segue com o apoio de vereadores eleitos pelo podemos, Joãozinho (Podemos), Eduardo Canuto (Podemos) e Kelmann Vieira (Podemos), sendo que os dois últimos também migraram para o partido depois da saída de Rui do “ninho tucano”. Se antes, quando ocupava a prefeitura de Maceió, Palmeira atuava como oposição à Renan, agora firma aliança na busca para concretizar um feito no qual ele desistiu no passado, e que rendeu a hegemonia do atual governador do estado, conquistar a cadeira principal do Palácio República dos Palmares.
O desafio agora é correr para limpar a imagem, substituído por um prefeito da oposição e que tem feito um trabalho extremamente eficiente, toda a gestão incompetente de Palmeira na prefeitura da capital alagoana veio à tona, não que já não fosse notada ao longo dos oito anos, mas a exposição efetiva do saldo negativo no qual Maceió se encontrava Rui saiu de cena com a reputação política inflamada, e agora se aliando a um governador que está levando Alagoas às chagas novamente, fica difícil recuperar a confiança do eleitor.
É um passo ousado, diria presunçoso, mesmo com o recibo passado por Marx Beltrão, um deputado bem avaliado e atuante em Brasília, Rui Palmeira entrou no hall de um dos gestores menos eficientes de Maceió. Não parece inteligente sair de uma derrota tão fresca para ir embusca de outra, mesmo acobertado por um partido “diferente” que, para quem faz uso um pouco esforçado dos neurônios, está de mãos dadas com o MDB e segue cantarolando no curso para a busca de mais consolidação da hegemonia dos Calheiros em Alagoas.