À medida que as eleições presidenciais vão se aproximando, crescem as expectativas para o anúnciooficial dos candidatos que irão disputar a vaga no Palácio do Planalto com Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022. Uma das apostas seria o retorno de Lula à briga, atiçando os nervos dos (ainda) anti-petistas e trazendo à tona as famosas “vias” que movimentaram o ultimo embate presidencial. Bolsonaro saiu do posto de ícone da direita brasileira para um tipo de populista às avessas que só agrada ao eleitor gaiato elitista com síndrome de Estocolmo, veja bem, digo elitista, mas que está longe de fazer parte da elite.
O personagem que vem para balançar as estruturas da histórica disputa Lula x Bolsonaro chega a galopes, Moro, o temido juiz da Lava Jato, que levou o ícone petista para trás das grades o impedindo de concorrer ao cargo mais importante do país, vem com a carta na maga que tira de vez Lula da jogada. A lava jato ainda permeia o imaginário popular, principalmente dos que nutrem o ódio pelo PT e seus 16 anos de corrupção que aparentemente abafam os anos seguintes igualmente corruptos. Aparentemente a memória do brasileiro anda armazenando alguns acontecimentos, não somos mais tão ingênuos assim.
No mais, Moro agora ascendeu ao posto de novo ícone e aposta da direita, com Bolsonaro jogado para escanteio, o imponente juiz traz com sua postura completamente divergente do comportamento de “tiozão do zap” de Bolsonaro a credibilidade e a força para derrotar um dos maiores ícones da política brasileira. As pesquisas não mentem, em um pleito entre Lula e Bolsonaro, o molusco sai na vantagem, mas com Sérgio Moro o cenário muda completamente.
A briga seria de gato e rato, bandidos e mocinho, sendo assim, a vantagem de Moro em cima de ambos os candidatos seria absurda. O legado da Lava Jato, a prisão de Lula e os escândalos de corrupção, aliados ao posicionamento de Moro ao abrir mão da postura ameninada de Jair na presidência e seu atual discurso abre alas para uma mudança de cenário bem em cima da bucha das eleições em 2022. Inegavelmente Lula tem força política, ele influencia apenas pelo discurso, ainda tem seguidores fiéis e agora se nutre do desapontamento do brasileiro que esperava em Bolsonaro um gestor competente no combate a corrupção, o ledo engano trouxe para o brasileiro a nostalgia.
Mas o ex-presidente também é estrategista, sabendo de suas parcas chances contra Moro, justamente pelo legado da Lava Jato, irá esticar sua campanha até onde puder, a necessidade é atrair apoiadores que apostem seu voto em qualquer um que seja indicado por ele, novamente Fernando Haddad entra na aposta do líder petista, mas desta vez com o apoio de corpo presente do ex-presidente. Então retornamos à briga polarizada que ainda se estica para lá dos dias atuais, a pandemia inflamou os nervos diante do atual governo e todo mundo irá encarar as eleições com sangue nos olhos para arrancar o mito miliciano da cadeira presidencial a ferro e fogo.
Quanto a Sérgio Moro, embalado pela música “Que país é esse?” de Legião Urbana como tema oficial de sua campanha vem com toda pompa de juiz para enfrentar seu principal réu, mesmo que indiretamente, a primeira vitória se dará ao tirar Lula da jogada novamente, mesmo sem artimanhas encomendadas e muito bem remuneradas dos que foram beneficiados por uma das maiores operações “anti-corrupção” do país que no fim das contas só provou se tratar de um belo de um palanque orquestrado para construir a imagem do próximo salvador da pátria.