Os rumos incertos do cenário político alagoano têm feito surgir verdadeiras aberrações políticas em se tratando de alianças. O deputado estadual Paulo Dantas, cogitado como tampão de Renan Calheiros Filho, caso o governador decida deixar o cargo no executivo para disputar eleição para o Senado, também tem o privilégio de ser a aposta do presidente da Câmara dos deputados Arthur Lira e do presidente da ALE em Alagoas, Marcelo Victor – que por sua vez são oposição ferrenha ao governador de Alagoas – para suceder Renan Calheiros Filho em 2022. Deu pra entender ou está difícil?
No mínimo confuso, principalmente depois que acompanhamos Paulo Dantas cumprir agenda ao lado de Renan Calheiros Filho em inúmeras visitas pelo estado – incluindo a emblemática subida a Serra da Barriga acompanhado do ilustríssimo no ultimo dia 20 de novembro, em comemoração ao dia da Consciência Negra – e do nada soltar um vídeo em suas redes sociais apontando justamente os dados alarmantes nos quais Alagoas está afundado, fruto de oito anos de gestão de, pasmem, Renan Calheiros Filho.
Apunhalado pelo aliado, que também serve e é apoiadopela oposição, a tentativa pífia em replicar o falido governo a quatro mãos de Guilherme Palmeira e Divaldo Suruagy, já surge capenga. Então Paulo Dantas indiretamente joga no ventilador que Renan Calheiros Filho ainda não fez tudo o que deveria por Alagoas, mas ele o fará, mediante histórico como prefeito de Batalha, mas existe uma questão aí, como um deputado praticamente desconhecido em todo estado, que concentra eleitores nas regiões de Batalha, Jacaré dos Homens e Olivença, irá superar um Calheiros e conquistar uma eleição sem o apoio dele? A saída é agir como agente duplo.
Mesmo declarando que não tem acordo com Renan Calheiros Filho, Arthur Lira enaltece a figura de Paulo Dantas a plenos pulmões e não abre mão de apoiá-lo tanto como governador tampão tanto quanto sucessor de Renan Calheiros Filho em uma eleição majoritária. Então o deputado que anda de mãos dadas com o governador para cima e para baixo age como oposição, e nada é feito por debaixo dos panos, um desarranjo sem tamanho, e como a propaganda está regendo a orquestra da democracia ultimamente, cada vídeo, texto, reel ou que quer que seja, surge na rede social para construir ou fazer desmoronar a imagem que eles tentam construir.
Isso deixa o eleitor confuso, arrisco dizer que até o mais experiente cientista político queima os neurônios ao analisar esse comportamento dúbio em plena pré-campanha. Meu senhor, você quer enganar quem? A sensação é que estamos assistindo um folhetim mexicano dos anos 90 que envolve triangulo (ou quadrado) amoroso, drama, atuações fajutas e aquela boa dose de chifres. Emocionante, medonho e caricato, eu poderia estar resumindo toda a política alagoana, desde que… sei lá! Sempre? Então Renan Calheiros Filho que está acostumado a recrutar marionetes acabou sendo controlado por uma marionete escolhida pela oposição, então, meus queridos, se o cientista político experiente que está ali no começo do parágrafo esquentou os neurônios, o seu, leitor, já fritou! Excelente, eles querem isso mesmo, quando você chegar às urnas, com ou sem Renan, seus neurônios estarão tão comprometidos que você vai buscar na memória aquela figura que mais te empurraram goela abaixo um ano antes das eleições, mesmo que ele tenha sido resgato do abismo da ALE só para preencher o vácuo deixado pelo mandatário atual, em qualquer ocasião.