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PL abraça Bolsonaro, mas perde Maurício Quintella

Após 13 anos filiado ao Partido Liberal, o ex-deputado federal e atual secretário de Infraestrutura de Alagoas, Maurício Quintella, deixou o partido. O rompimento se deve, obviamente, à chegada do presidente da república ao PL, o que causa um conflito de ideias e interesses, já que Maurício é um dos aliados de Renan Calheiros Filho, portanto, oposição natural a Bolsonaro e como bem foi dito pelo próprio Quintella, sua saída se deu “por absoluta incompatibilidade com a política bolsonarista e tudo que ela representa”.

O secretário presidia o diretório estadual do PL e anunciou sua saída através de suas redes sociais, mas garantiu ao Quarto Poder que pretende sim concorrer à vaga de deputado estadual no pleito de 2022, a preocupação em correr atrás de partido não é urgente, ele tem até abril do ano que vem para se decidir em qual sigla seguirá na caminhada pela eleição. 

Quanto a sua decisão em sair do partido, coerente, apesar de outros parlamentares filiados à sigla estarem alinhados com Bolsonaro, não existe cabimento em um secretário da gestão de Renan Calheiros Filho se manter no mesmo ambiente que um dos presidentes mais desajustados e desequilibrados que esse país já tolerou. A questão não é apenas o bom senso ideológico, mas a compatibilidade de discursos, dois times opostos não jogam do mesmo lado, principalmente quando um dos times sequer sabe o que está fazendo. 

Depois de dois anos sem partido, Bolsonaro tenta se refugiar no centrão, esquecendo que ali ainda existem resquícios da oposição extrema e também o ranço dos decepcionados com a direita construída pelo antipetismo, justamente esta que elevou Bolsonaro ao lugar que ocupa hoje, sem esquecer que em trinta anos de carreira política, Bolsonaro já parasiteou por nove partidos incluindo o PL (PDC, PPR, PPB, PTB, PFL, PP, PSC e PSL). 

Sobre Maurício Quintella, digamos que está “de boa”, sua pré-candidatura à ALE permanece, e o secretário aproveita o peso retirado das costas jogando beach tênis na praia de Maceió, afinal, o ano praticamente acabou, agora resta se preparar para a maratona pré-eleitoral de 2022 e nada como estar devidamente aliviado para a carga pesada que estar por vir.