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Conselhos Regionais de Enfermagem lutam para eleger representantes da categoria na Câmara Federal

Os últimos anos assolados por uma pandemia serviram como uma prova de que a saúde publica deve ser priorizada e seus profissionais valorizados. Esse argumento não é novo e acompanhamos casos absurdos com relação ao descaso das autoridades com a saúde do nosso país. O enfrentamento à COVID-19 teve osprofissionais da saúde na linha de frente tratados como heróis e ovacionados por onde passavam, mas esse show serviu apenas como instrumento midiático e palanque eleitoral, já que a realidade destes profissionais padece com a má remuneração, a sobrecarga de trabalho, unidades de saúde sucateadas, falta de estrutura e ambientes hostis, seja na saúde publica ou na privada, além disso, 869 profissionais da Enfermagem morreram na pandemia e suas famílias ainda aguardam indenização. 

A luta dos profissionais da enfermagem, categoria que mais foi atingida pela sobrecarga da pandemia, segue travada na Câmara de Deputados, tendo sido aprovada por unanimidade no Senado, o PL 2564/20 que estabelece o piso salarial para parteiras, auxiliares, técnicos de enfermagem e Enfermeiros, é mais uma batalha travada pela categoria que conta com um escasso apoio no meio político, visto que não contam com muitos representantes da profissão nos parlamentos. Os pisos estabelecem os seguintes valores pelo Projeto de Lei: R$ 4.750,00 para Enfermeiros; R$ 3.325,00 para Técnicos de Enfermagem; R$ 2.375,00 para Auxiliares de Enfermagem e Parteiras. 

A morosidade e falta de vontade política do Congresso Nacional em levar a frente pautas que envolvem a maior categoria da saúde, incluindo o Projeto de Lei do piso salarial, para que finalmente chegue à sanção da presidência se deve a impasses financeiros, mas principalmente por conta do sub-financiamento crônico do SUS e pela falta de financiamento da união, pela correção das tabelas do SUS, que há anos não são corrigidas. 

Representantes dos Conselhos Regionais de Enfermagem de todo o país têm levantado a bandeira para essa questão, obviamente, mas este ano eleitoral tem os impulsionado a buscar nomes de peso para concorrer à cadeiras nas Câmaras federais e estaduais, podendo assim contar com representantes dentro da máquina publica que possam viabilizar as pautas postas pela categoria e trabalhar para garantir os direitos destes profissionais. 

Em Alagoas, a categoria conta com cerca de 35 mil profissionais que acordaram para as questões políticas e estão se movimentando para eleger um representante no pleito que ocorrerá este ano, de preferência um Deputado Federal, tendo forças assim para conquistar terreno político e fomentar as discussões que envolvem as diversas questões da categoria, não apenas com relação à remuneração, mas jornadas de trabalho abusivas, falta de estrutura das unidades de saúde pública e valorização do SUS. 

Os nomes cotados em Alagoas são de profissionais que já tem um peso político significativo para a categoria, portanto, chances de disputar as eleições com o apoio destes profissionais que são numerosos no estado. Nomes como Enfermeiro Renné Costa – atual presidente do conselho regional de enfermagem (COREN), Enfermeira professora Beatriz Lima. HDT, Enfermeira MosabelleRodrigues – foi candidata à prefeita de palmeira dos índios, e o Técnico em Enfermagem Isaac Lima – socorrista do SAMU, estão cotados como fortes para uma possível candidatura à uma cadeira na Câmara de Deputados. 

Enquanto isso, os profissionais seguem se mobilizando e pressionando os deputados para que agilizem a votação do Projeto de Lei 2564/20, dentre outras demandas segue em discussão também a questão da carga horária de 30 horas semanais para a categoria, pautas históricas da enfermagem que encontraram o momento propício para serem discutidas e viabilizadas, afinal estamos vivendo um momento em que a categorial se faz crucial, iniciamos 2022 com novas variantes da COVID-19 e um surto de síndromes gripais que tem sobrecarregado principalmente o sistema de saúde publica e, consequentemente, estes trabalhadores que têm dado literalmente suas vidas para tratar a população. A luta principal agora é ter na política um bom número de representantes que valorizem a categoria e abram caminhos para que seus direitos não sejam pisoteados.

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