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George Santoro, de especialista em irregularidades fiscais a crítico urbanista

Novamente os espaços criativos instalados ao longo da orla de Maceió se tornam pretexto para farpas políticas. As cóleras seguem maiores que a extensão da cadeira de praia da Ponta Verde e se espalham pelas redes sociais dos secretários de governo que, de uma hora para outra, transformaram-se em arquitetos urbanistas especialistas. O crítico da vez é o Secretário da Fazenda, George Santoro, que acaba de se deslocar do universo das receitas, notas e relatórios ficais para se aventurar nas análises ao espaço urbano da capital.

Segundo o secretário carioca, “cidades que adotam os caminhos de obter espaços turísticos criativos estão jogadas para escanteio, e que locais como esse causam desvalorização patrimonial e desrespeitam as mais comesinhas regras e técnicas urbanísticas e de ambiente”. Agora o secretário graduado em Ciências Jurídicas e Sociais ataca como analista do espaço urbano e esquece-se de onde veio, Rio de Janeiro é a metrópole brasileira mais conhecida mundialmente, referência quando se trata de Brasil, não apenas pelos eventos sazonais, como é o caso do Carnaval, mas também por suas atrações turísticas e monumentos espalhados pela cidade, não preciso mencionar o Cristo Redentor ou os Arcos da Lapa.

A birra de Santoro nas redes sociais obviamente abriu espaço para que o cidadão pudesse contra-atacar, deixando de lado as interações de interesse político-partidário, o secretário recebeu uma enxurrada de links contendo matérias que dão conta de sua atuação como subsecretário da Receita da Secretaria de Estado de Fazenda nas gestões dos ex-governadores Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, entre 1º de agosto de 2013 e 1º de janeiro de 2015. Além de ter seu Lattes ridicularizado pelo internauta, ainda teve de encarar a exposição de um trabalho medíocre em sua cidade de origem que lhe rendeu processos ainda em curso na justiça. 

George Santoro é réu juntamente com dois empresários e com os ex-governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão (atualmente presos), em processo por prática de irregularidades na Receita Federal do Rio. De acordo com o Ministério Publico, a Associação de Atacadistas Distribuidores do Estado do Rio de Janeiro (Aderj) e a empresa Zamboni Comercial Ltda receberam benefícios fiscais sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que somam R$ 213,2 milhões, e parte desses benefícios ocorreram na época em que Santoro estava na Sefaz do Rio.

Práticas irregulares de Santoro também são de praxe em Alagoas 

As notícias postadas pelo internauta foram apagadas por Santoro, mas basta uma breve zapeada pela internet para encontrar as práticas do secretário, que se repetem na pasta aqui em Alagoas. Em 2019 o MP-AL denunciou George Santoro por maquiar pagamentos de servidores da pasta. A Associação de Aposentados do Fisco Alagoano (Assifeal)identificou que auditores fiscais, de finanças e servidores de apoio estão recebendo remunerações “fantasiadas” de gratificações de caráter indenizatório, o dinheiro cai na conta do funcionário sem aparecer no Portal da Transparência e muito menos para ser declarado no imposto de renda. Sendo assim, além de ferir os princípios da transparência, o secretário fere gravemente a Lei de Responsabilidade Fiscal.

As práticas que causaram um déficit milionário na arrecadação do Rio agora chegaram ao estado de Alagoas, não é de hoje que vemos casos de remunerações extras e não declaradas surgindo no governo de Renan Calheiros Filho e, aparentemente, o governador tratou de importar um especialista na conduta e que ainda se considera com know-how suficiente para vomitar análises sobre a construção dos espaços urbanos.

De saqueador da receita a arquiteto

Para ele, trazer locais que proporcionem lazer, integração e convergência tecnológica não passa de “amadorismo midiático ticktocker”, com referência à rede social que tem se popularizado entre os jovens na atualidade. Para estes gestores que avançam nos cargos com práticas pré-históricas, leia-se corruptas, é de fato estranho testemunhar inovação para alavancar setores que fazem o mundo voltar os olhares para a cidade e atraem turismo, comércio e renda. 

Toda ação da prefeitura passa por planejamentos baseados em estudos voltados para a modernização da cidade, com atividades inclusivas e tecnologia para impulsionar mais projetos oriundos dos resultados dessas ações atuais. Espaços instagramáveis são tendências no mundo todo e aos poucos estão chegando ao Brasil através da iniciativa privada, gerando lucro, nada mais inovador que o poder publico pondo isto em prática com a finalidade de valorizar e promover a cidade, e como podemos ver, está dando frutos imediatos. Apenas uma Cadeira Gigante instalada na orla causou burburinho entre a elite inconformada e os espaços criativos do projeto Maceió é Massa projetou Maceió nacionalmente (mais uma vez, diga-se de passagem), posicionando a cidade entre os assuntos mais comentados na internet, somente omonumento ‘cadeira gigante’, por exemplo, foi um dos responsáveis por elevar o município em 6.000% nas buscas do Google.

Mas voltando ao alvo da questão, Santoro não se conforma em apenas mexer os pauzinhos para beneficiar os dribles fiscais do governo, a meta é se envolver na briga política do estado, mesmo tendo sua trajetória mais suja que paude galinheiro. O intuito? Talvez ganhar terreno na política alagoana e se safar de voltar para o Rio se deparando no desembarque com o mesmo destino dos conhecidos ex-governadores que estão atrás das grades. Então usar a mesma ferramenta que todos da oposição estão usando para atacar uma gestão com grande aprovação parece atrair o apoio daqueles que enxergam apenas o próprio umbigo e ignoram completamente a farra fiscal que rola escancarada aos olhos do alagoano. No fim das contas aelite só vai militar ao lado de quem usa a superficialidade em favor da demagogia. No fim das contas, todo time do governo, estejam eles na ativa ou no limbo, converteram-se em uma gama de arquitetos e urbanistas especialistas em estética de monumentos instagramáveis.

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