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A política alagoana vai de xeque mate à Heads-up


Esqueça tudo que você sabe sobre xadrez, agora na política alagoana o jogo é outro, a partida de poker é no-limit, as cartas estão na mesa e os oponentes apostam em all-in, para os leigos, não há limites para os valores apostados e ambos os lados estão deslizando todas as suas fichas a frente, tudo isso em uma batalha de blefes, na tentativa de direcionar cada lado à seguir os planos do lado oponente. É assim que está se desenrolando o embate Renan Calheiros Filho versus Arthur Lira, cada um joga com o que tem e espera que o rival tenha a pior “mão”.

No poker a jogada all-in pode ser a melhor amiga do blefe, mas apenas no momento certo, com a pilha de fichas certa. Tivemos a jogada inicial, o anúncio de que JHC renunciaria à prefeitura para concorrer ao executivo estadual, apoiado por Arthur Lira e sua trupe, a estratégia visava à permanência de RF no governo do estado até o fim do mandato, um blefe que culminou em outro, após virar a madrugada em reunião com um influente deputado estadual e um representante do ex-prefeito Rui Palmeira,RF deu uma declaração em Cajueiro, durante a entrega de um trecho em asfalto na comunidade Serra dos Mamões, dizendo que em poucos dias e com o apoio da ALE, Paulo Dantas deveria ser eleito governador do estado e que teria todo seu apoio, dando a entender que ele renunciaria sim ao cargo para disputar o senado.

E agora, JHC, quem tem a pilha de fichas certa? De um lado temos o grupo de Arthur Lira, que conta com dois nomes de peso e que com certeza teriam todas as chances para agarrar a cadeira do palácio dos Palmares, leia-se Rodrigo Cunha e JHC. Por outro lado, Renan Calheiros Filho repetindo a manobra fracassada que resultou na derrota de Alfredo Gaspar em 2020, unir-se ao opositor, Rui Palmeira, para tentar lançar um sucessor viável, será que eles não aprenderam nada? Palmeira, por sua vez,rasteja e precisa garantir sua sobrevivência política para que possa se candidatar novamente à prefeitura daqui a três anos.

Bem, só veremos o desfecho de tudo isso depois do dia 31 de março, o sapato está cada vez mais apertado e as manobras para frear os concorrentes estão cada vez mais mirabolantes, queremos saber quem se sairá bem na aposta e está de fato confiante de que tem a melhor mão. Uma coisa é certa, os Calheiros estão na iminência de perder o trono, sucumbindo aos descasos do herdeiro prometido que está assistindo sua pujança escorrer entre os dedos enquanto corre de um lado para outro para tentar encontrar a fórmula mágica para manter o trono.

É isto, se RF mantiver o blefe até o término do prazo para sua decisão, de nada vale sua aposta, ele perde tudo, fica liso e mais uma vez o oponente leva todas as fichas da mesa, e nós que estamos apreciando o jogo temos uma ideia de quem tem a melhor mão de cartas e terá sucesso na jogada. Pode haver uma virada? Óbvio, a política pode ser um jogo imprevisível, mas com o tempo se esgotando e com as cartas que RF vem perdendo ele pode muito bem, assim como em 2020, amargar um Bad Beat, com uma mão que parece imbatível, mas mesmo assim acaba derrotada.

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