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Rodrigo Cunha x Paulo Dantas x Rui Palmeira, quem será de fato o protagonista no Palácio dos Palmares em 2023?


Na novela da sucessão do governo de Alagoas, temos três personagens centrais que movimentam a trama e dividem o eleitorado. Como protagonistas no embate temos Paulo Dantas (MDB) X Rodrigo Cunha (PSDB), cotados como os principais nomes que irão duelar nas urnas pelo executivo estadual, já Rui Palmeira (PSD) surge como uma espécie de protagonista secundário, quase um coadjuvante carismático em meio às figuras de destaque, ainda que tentado a concorrer ao senado e como federal, Palmeira insiste, segue firme na candidatura ao governo, mesmo dançando dentre as lideranças que sequer fazem questão de compor base para o ex-prefeito, a estratégia, segundo ele, é partir para o corpo a corpo, se prepara para percorrer Alagoas de canto a canto.

Então temos aí um ex-prefeito, que mesmo com um legado familiar bem sólido na política, neto de Rui Soares Palmeira (eleito deputado federal constituinte e senador) e Guilherme Palmeira (foi governador de Alagoas e prefeito da capital), tem a firmeza de uma gelatina atualmente, um mandato como estadual, um como federal e dois seguidos como prefeito da capital alagoana não garantiram as bases que Rui precisa para concorrer ao governo do estado, o motivo se deve à herança que deixou para o novo gestor, JHC, de uma cidade entregue às baratas e literalmente afundada na lama, vítima de um rombo milionário e cheiade obras inacabadas. Basicamente, o político que já foi situação (trabalhou no gabinete de Renan Calheiros) e oposição aos Calheiros em 2016, disputando a reeleição em Maceió, e novamente situação, nas eleições de 2020, quando apoiou Alfredo Gaspar, candidato do clã Calheiros, em meio a tanta oscilação se perdeu na sede de poder e na construção de panelinhas junto ao seu fiel aliado, Tácio Melo, e longe de ter se tornado um político profissional, é só um produto de um sobrenome tradicional na política Alagoana.

Bem, força de vontade existe, afinal, para um político que já estava considerado como aposentado, Rui surge com uma decisão audaciosa, tentar ocupar novamente um executivo e agora batendo de frente com o candidato dos Calheiros, que não é bem o candidato do coração deles, mas é o que tem para hoje, e com o senador mais votado do país, Rodrigo Cunha, que inclusive derrotou o todo poderoso Renan Calheiros, o empurrando para o segundo lugar na disputa. Vale lembrar que Cunha tem uma trajetória de recordes, o filho da ilustre deputada Ceci Cunha caminhou com passos independentes rumo a se consolidar como o político que é hoje, seu legado dimana de um caminho de lutas pela defesa do consumidor através do brilhante trabalho que desenvolveu como superintendente do PROCON no estado, inserindo crianças, jovens e idosos em políticas de resgate da cidadania e criando o Procon Comunitário, que expandiu as ações de cidadania para o interior, o resultado se refletiu nas urnas, eleito deputado estadual mais votado de Alagoas e posteriormente, chegando ao legislativo como o senador mais votado do estado, com 895.738 votos.

Rodrigo é conhecido por sua independência política, nada foi delineado graças ao sobrenome ou troca de favores, hoje Cunha atua no senado como presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado (CCT, responsável por analisar projetos que envolvam tecnologia e inovação, assim como fomento à pesquisa e ao desenvolvimento no Brasil, sua independência o permite por a cara a tapas e denunciar os desmandos dos Calheiros no estado, que mesmo deixando o executivo de maneira antecipada para tentar abocanhar o senado, preparou o terreno na ALE com cartas marcadas para eleger o seu produto como tampão, Paulo Dantas, mais conhecido como o governador fabricado por Marcelo Victor e RF, praticamente garantido nas eleições indiretas da assembleia e que disputará também a cadeira do Palácio dos Palmares nas majoritárias.

Se você acha Rui Palmeira audacioso, experimenta visitar o histórico de Paulo Dantas, a família não tem lá boa fama no interior do estado, comandam lá pelas bandas de Batalha, onde a prefeitura e secretarias permeiam no ceio familiar, Paulo Dantas deixou sua esposa, Mariana Dantas,no executivo do município e conta com sua tia, Vera Dantas, como prefeita de Igreja Nova, ou seja, eles dominam no sertão do estado, como pretende abrir mão do cargo como deputado estadual, já prepara sua prima, Carla Dantas, para segurar sua cadeira e assim, manter a tradição familiar de ter pelo menos um dos seus integrantes na Assembleia Legislativa Estadual (ALE).

Como já foi citado, Dantas está longe de ser o candidato favorito dos Calheiros, mas foi o que sobrou, com um MDB inchado, porém apequenado, não surgiram muitas opções, e as que alimentaram esperanças, foram chutadas, nem é preciso citar o plano B, até Rui Palmeira alimentou o desejo de surgir como candidato dos Calheiros, ignorado também, eles não ousariam embarcar em mais uma derrota, melhor garantir o passarinho na gaiola. Pra quem manja das gírias daqui, Paulo Dantas pega “bigu” na carreira do pai, Luiz Dantas, que foi deputado e presidente da ALE, não é das figuras mais carismáticas ou mais conhecidas em Alagoas e, não fosse toda essa movimentação arquitetada pelos seus protetores e gurus, estaria bem fraquinho na mídia, amargando uma estrondosa derrota caso decidisse por se jogar na disputa ao governo sozinho. Analisando bem cada figura, no final, a coadjuvância sobraria para Paulo Dantas, que tem um poder extremamente concentrado em uma porção do sertão alagoano e não se expandiu com sucesso por Alagoas, seja pela falta de tempo para amadurecer sua candidatura ou por soar como um sucessor artificial, no fim das contas, a única coisa de fato planejada neste estado pelos coronéis que o encabeçam.

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