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Estaria o ex-governador de Alagoas na iminência de ser impugnado?

 

Mais uma pá de piche está sendo despejada no asfalto político das Alagoas, desta vez mais um imbróglio se desenrola no intento de enredar a candidatura de Renan Calheiros Filho ao senado, e com provas cabais, documentadas, registradas e chanceladas pelo próprio candidato impugnado. Dentro do prazo de cinco dias determinados pela justiça eleitoral para que os candidatos e partidos políticos ajuízem ação de impugnação de candidatura, o deputado Davi Davino assim o fez, dois dias após o pedido de registro de candidatura de RF, mais precisamente no dia 18 de agosto, deu entrada na ação de impugnação de registro de candidatura do ex-governador de Alagoas.

O documento que conta com mais de 90 páginas traça uma linha do tempo das atividades do agora candidato ao senado (ainda não devidamente registrado, diga-se de passagem) em seus últimos dias a frente do executivo estadual e após sua renúncia em 02 de abril para concorrer ao senado. Os registros retirados de suas redes sociais bem como das do governador-tampão, Paulo Dantas, expõem a ostensiva presença de RF em atos oficiais do Governo do Estado, assinando, inclusive, ordens de serviço e proferindo discursos em primeira pessoa como se ainda ocupasse o cargo o qual renunciou.

Assim como consta no documento “ressalta-se que foi fato público e notório, inclusive divulgado nas mídias sociais, que durante a proximidade do período de desincompatibilização, o então Governador do Estado, ora candidato impugnado, intensificou a ‘agenda de despedida com Paulo Dantas a tiracolo’, realizando ‘viagens ao interior, inaugurações, distribuição de dinheiro grosso, anúncios de bondades, tudo está sendo feito com a presença de Paulo Dantas’”.

Bem, não é segredo que RF fez uma verdadeira turnê pelo estado, com Dantas em baixo de suas asas, para fazer inúmeras entregas de obras, inacabadas, vale lembrar, às pressas antes que se findasse o prazo para que ele garantisse sua candidatura, mas a sensação de impunidade e a “secura” de emplacar uma pré-campanha sem muitos esforços o colocou ao lado de Dantas nos palanques e ocupando posição de destaque em cada evento oficial que o tampão marcasse presença, nem mesmo a tragédia das enchentes ocorridas em junho deste ano dissipou a usura de RF em estampar suas redes sociais com selfies sorridentes navegando nas ruas alagadas do interior do estado, uma campanha em meio à derrota dos alagoanos custeada pelos cofres públicos previamente tripudiados por sua gestão, com direito a passeio de helicóptero e tudo.

Entre prints e vídeos anexos, a ação da conta de mostrar por A mais B que Renan Filho usou e abusou da máquina pública para promover sua candidatura,  sem qualquer inibição, discursando, assinando, prometendo em nome do tampão alegórico que está ali apenas para dizer amém, sem contar que RF sequer deixou Dantas esquentar cadeira e seguiu despachando no Palácio dos Palmares, um ato definido no processo como “ato administrativo meramente formal, na malsucedida tentativa de criar prova documental para dar aparência de legalidade ao pretenso registro de candidatura, uma vez que, de fato, nunca se desincompatibilizou, mantendo-se em contínuo exercício de atividades inerentes ao cargo, com nítido desvio de finalidade ante a patente busca de fraudar à Lei Eleitoral.”

Em poucas palavras, fraude eleitoral, renúncia fake, corrupção, ou qualquer outro termo vulgar que venha a sua mente caso se revolte com o ocorrido. Outra questão que não é segredo para ninguém também é que Paulo Dantas foi um mero instrumento escolhido pelo Clã Calheiros para que se fossem cumpridas suas vontades mesmo com RF teoricamente fora de suas antigas atribuições,  um subordinado que atuasse como uma espécie de cordão umbilical para que RF continuasse com a batuta do governo de Alagoas em mãos, sem correr o risco de se tornar inelegível para que finalmente se consolidasse no lugar de seu pai no senado, que já vem perdendo forças,  se não fosse tudo documentado, sairia uma teoria da conspiração perfeita, com direito à lavagem cerebral de mais da metade da Assembleia Legislativa do estado para por em prática o plano maligno de dominação dos Calheiros.

Vamos ver agora como funciona a tão decantada justiça eleitoral do Ministro Alexandre de Moraes ao se deparar com o imbróglio, será que finalmente, depois desse showzinho armado e executado em picadeiro com plateia cativa haverá impunidade ou os alagoanos vão presenciar ao menos um resquício de justiça? Prova é o que não falta, agora vamos às apostas.

 

 

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