Após 13 dias afastado do cargo de Governador de Alagoas por decisão do STJ, Paulo Dantas (MDB), reassumiu o posto nesta segunda-feira (24) em cerimonia de reassunção no Palácio dos Palmares. O Supremo Tribunal Federal por determinação dos Ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso derrubou a decisão, segundo o despacho, os ministros entenderam que, conforme a constituição, o Código Eleitoral proíbe medidas cautelares contra candidatos a cargos majoritários (como governadores) desde 15 dias antes do primeiro turno até 48 horas depois do segundo turno.
Nesta terça-feira (25) o STF formou maioria de votos a favor de manter a decisão pela volta de Paulo Dantas ao executivo estadual, na 1ª turma, já votaram no plenário virtual quatro ministros, sendo eles Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Cármen Lúcia. Ainda falta o voto do ministro Luiz Fux.
Há quem comente pelas redes sociais que em Alagoas o crime compensa, já que assistimos, inclusive em rede nacional, os desdobramentos da Operação edema que deu conta de mostrar imagens de operadores do esquema sacando e transportando dinheiro proveniente das rachadinhas supostamente lideradas por Dantas, em vão, já que, para Barroso, o afastamento de Dantas enquanto governador não seria plausível, pois há dúvida razoável sobre a competência para o afastamento pelo STJ, ao passo que o esquema se refere ao período em que ele atuava como deputado Estadual, e o STJ é responsável por analisar casos sobre governadores, lembrando que, segundo as investigações, o esquema se sucedeu mesmo com Paulo Dantas em posse do executivo estadual.
Segundo Paulo Dantas, que não prestou qualquer esclarecimento sobre o imbróglio nos debates, “a verdade venceu”, resta saber, que verdade e a quem ela favorece, pergunta retórica. O desafio agora, tanto para Dantas quanto para Rodrigo Cunha (UB), é atrair o eleitor para as urnas no segundo turno, levando em conta que o nível de abstenção no primeiro chegou próximo de superar a abstenção das eleições municipais em 2020, em Alagoas 22,39% do eleitorado se absteve de votar, um total de 1.520.131 votos válidos para um eleitorado de 2,3 milhões de eleitores, uma baixa absurda que tende a crescer no segundo turno, analisando historicamente.
A campanha inflamada e as proporções jurídicas que o pleito deste ano tem tomado desde a saída de Renan Filho do antigo posto de governador para disputar o senado tem tanto instigado os eleitores mais apaixonados quanto afastados aqueles mais neutros que preferem fugir de confusão, isso pode refletir em um resultado apertado no dia 30 de outubro, com sessões um pouco mais vazias, ponto positivo para o eleitor que não quer perder tempo em filas em pleno domingo, negativo para os candidatos que estão praticamente se digladiando seja no executivo estadual ou no federal.
Uma coisa é certa, de tédio o Alagoano não morre, domingo tem sol, praia e disputa apertada, um cenário perfeito para sentar no sofá no final do dia e aproveitar os show da apuração, falta pouco.