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O terrorismo da direita extremista chega ao extremo da ameaça à democracia

Os bolsonaristas têm prometido ir às vias de fato em suas manifestações golpistas, e cumpriram, a manada se dirigiu à Brasília e está tocando o terror nas áreas que concentram os três poderes (Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e o prédio do Supremo Tribunal Federal) neste domingo (8), isso mesmo que você leu: TOCANDO O TERROR, ou seja, o mais puro e simples terrorismo, justamente aquilo que os extremistas de direita condenavam os movimentos sociais de cometer por simplesmente se manifestarem nas ruas pelos seus direitos, irônico, no mínimo.

Os cidadãos de bem estão descendo o cacete no mobiliário inteiro dos prédios oficiais, um pandemônio com o aval da Segurança Publica da capital federal que documenta toda a baderna como se fossem Tiktokers fardados. O ensaio técnico já teria ocorrido no dia 12 de dezembro do ano passado quando um menor grupo encapuzado e armado, composto desde empresários do agronegócio a pastores e cabeleireiros, depredou e incendiou 15 ônibus e suas prisões só ocorreram após 17, porém maioria saiu impune.

A invasão teria a intenção inicial de ocupar os prédios, inclusive houve relatos de que alguns manifestantes levaram travesseiros para tanto, porém a historia mudou de rumo, o Golpe excedeu a intenção e inicial e transfigurou-se em vandalismo, os manifestantes conseguiram furar a parca barreira da Polícia Federal e seguiram em direção ao Congresso Nacional invadindo as cúpulas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. Salas foram completamente destruídas e obras de arte valiosas depredadas e vandalizadas, imagens mostraram cadeiras retiradas do parlamento do STF acomodando brasões da republica do lado de fora dos prédios, manifestantes segurando a porta da sala do Ministro Alexandre de Moraes, vidraças quebradas, um verdadeiro cenário de caos e destruição, desolador.

Apesar de vídeos circulando na rede de manifestantes atacando agentes da polícia, pouca resistência da parte da segurança foi realizada, o efetivo insuficiente da Polícia Militar mobilizado pelo governo do DF, gerido pelo assumidamente bolsonarista Ibaneis Rocha, praticamente escoltou os manifestantes em direção à baderna, circula também imagens de policiais rindo e filmando o ato monstruoso dos vândalos extremistas, o que mostra a omissão e condescendência do Governo com os atos já premeditados através das redes sociais. Nem a exoneração de seu secretário de Justiça, ex-ministro de Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, o isenta do peso de sua leniência diante deste, repito, pandemônio que se instalou em Brasília.

Diversas entidades nacionais e internacionais já se manifestaram diante do acontecido e defendem que os envolvidos e, principalmente, as lideranças que orquestraram os ataques golpistas sejam identificados e punidos, mais de 300 pessoas já foram presas, inclusive entre os manifestantes há uma pessoa com mandado de prisão por homicídio. O presidente Lula, que estava cumprindo agenda em Araraquara, teve de anunciar intervenção federal no governo do Distrito Federal até o dia 31 de Janeiro, a área de segurança publica será ocupada pelo interventor Ricardo Garcia Capelli, secretario executivo do Ministério da Justiça.

“É preciso que essas pessoas sejam punidas de forma exemplar, para que ninguém mais use a bandeira e a camisa da seleção se fingindo de nacionalista e faça o que essas pessoas fizeram hoje. Isso nunca tinha acontecido antes, nem no auge da luta armada”, disse Lula ao anunciar a intervenção federal.

É no mínimo estarrecedor testemunhar uma minoria extremista e golpista que se autodenomina povo cometer tamanha agressão à democracia na tentativa desesperada e desordenada de aplicar um golpe movidos pelo inconformismo diante do sistema democrático legitimado pelo voto livre e secreto, é revoltante que as instituições responsáveis por resguardar e defender o patrimônio publico e a integridade do cidadão compactuar e favorecer este crime hediondo cometido neste fatídico domingo. Os desdobramentos do fato ocorrido na tarde deste dia 8 de janeiro, na mesma semana em que testemunhamos o show da democracia com a posse simbólica do presidente eleito pelo povo, chegam como uma avalanche nas nossas cabeças e seriam necessárias muitas laudas para descrever todas as camadas e saldos negativos resultantes deste tremendo desaforo, mas o que fica aqui é o sentimento desolador de que a democracia se vê ameaçada ainda por uma minoria amalucada e raivosa que teima em atentar contra a liberdade.

Ouvimos ao longo do dia as vozes embargadas de jornalistas, autoridades e do próprio presidente que descreveram e repudiaram todo o show de horrores que tem acontecendo no nosso país, não apenas neste ato golpista isolado, mas ao longo de todas as articulações de terrorismo que implodem desde o início dos acampamentos bolsonaristas nos quartéis. O principal responsável pela lavagem cerebral e incitador destes agentes extremistas segue calado, mas este silencio apenas valida os atos e da aval para sua continuidade. Todos devem ser identificados e duramente punidos na forma da lei, pois não atentaram apenas contra uma gestão, ou um prédio publico, mas contra toda a sociedade brasileira. Sem anistia!

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