De adversários políticos à aliados em comum com Lula, a reaproximação de Arthur Lira com os Calheiros, mais especificamente com o novo Ministro dos Transportes, Renan Calheiros Filho, é um dos sintomas da política diplomática exercida pelo presidente eleito. Na disputa acirrada pela maior concentração de poder no estado, agora ambos devem somar forças não apenas para garantir que Alagoas saia ganhando, mas para não correr o risco de perderem pontos na escalada política que agora se nivela por cima, já que ambos alcançaram finalmente o alto escalão do governo, Lira no escanteio por enquanto, pianinho enquanto aguarda sua reeleição para a presidência da câmara, conforme acordos.
Bem, a especulação é que essa bandeira branca levantada pelos poderosos supracitados é oriunda de uma ordem expressa pela liderança do PT, faz-se necessário que ambos deixem de lado o passado recente de duras críticas trocadas, especialmente no período eleitoral, afim de assegurar o futuro do presidente Lula na atual gestão, que não pretende tomar partido entre ambos.
Apesar de repentina, a ação é compreensível, a desunião destas duas lideranças opostas traria nada menos que um saldo negativo para o estado que, no momento político que vivemos, entraria no pé de guerra que se transformou a nação pós Bolsonaro. Mesmo que ainda acusem Lira de traidor, até mesmo traidor da pátria, o jogo político é isto mesmo, gira em torno de acordos, e se em Alagoas estamos acostumados a assistir poderosos se digladiando para ver quem destrói mais o estado está na hora de virar a página e procurar caminhos para trilhar finalmente o desenvolvimento neste estado encurralado por coronéis.
Se fez necessário que uma liderança maior colocasse ordem na classe e pedisse literalmente que seus assentados baixassem a bola, seja para concretizar um projeto político ou causar impressão de ambiente pacificado, então podemos constatar, ao menos por hora, que a atitude foi perspicaz, afinal, a ultima coisa que o país e, principalmente, o estado de Alagoas necessita é de um pé de guerra, afinal, necessitamos de um período de reconstrução, já que finalmente poderemos contar com um Governo estadual alinhado com o Federal, é uma brecha para que o comportamento político hostil se esvaeça e dê lugar a bons acordos, independente da discrepância política coerente e aceita em uma democracia.
Afinal a conta para Alagoas precisa ser positiva, Calheiros Contra lira seria igual à zero para o estado, mas há quem pense o contrário e estimule que a oposição inflamada movimenta melhor o jogo político. O que você acha?
Façam suas apostas.