Jair Bolsonaro depõe à Polícia Federal na tarde desta terça-feira (16), às 14h, com relação as supostas fraudes nos cartões de vacina da COVID-19 que estão sendo investigadas no âmbito da Operação Venire. Quatro militares assessores do ex-mandatário foram presos pela PF suspeitos de integrarem o esquema de fraude dos cartões de vacina.
O objetivo da PF agora é descobrir se Bolsonaro tinha conhecimento sobre os cartões de vacina no nome dele e de familiares, como a filha de 12 anos e da mulher, ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O celular do ex-presidente foi apreendido em cumprimento de mandato de busca e apreensão em sua casa em Brasília no início do mês.
Bolsonaro irá prestar depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília, a segurança do prédio será reforçada pela Polícia Militar do DF, no mesmo esquema dos outros dois depoimentos anteriores do ex-presidente.
De acordo com rumores, espera-se que Bolsonaro negue o conhecimento desse suposto esquema, já que nunca se vacinou, deste modo, não poderia ter cartão de vacina, porém a PF quer apurar se Bolsonaro colheu benefícios com a fraude.
Bolsonaro chegou a afirmar, no dia da operação da PF em sua casa, que não se vacinou contra Covid-19 e que não houve adulteração em seu cartão de vacina.
“O objetivo da busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro: cartão de vacinação. O que eu tenho a dizer para vocês: eu não tomei a vacina. Nunca me foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum. Não existe adulteração da minha parte”, disse à imprensa.
Além de Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente, também foram presos Max Guilherme e Sérgio Cordeiro, assessores de Bolsonaro que trabalhavam no Planalto, o secretário municipal de Governo da cidade de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha, também foi alvo de prisão preventiva.
A cidade de Duque de Caxias está envolvida na investigação, pois um dos registros encontrados no sistema ConectSUS sobre a vacinação de Jair Bolsonaro foi feito em um posto de saúde do município. O registro da conta de que Bolsonaro teria sido imunizado no local, apontando assim um dado adulterado.
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro irá depor no âmbito do inquérito na quinta-feira (18), já sua esposa, Gabriela Santiago Ribeiro Cid, na sexta-feira (19). O advogado de defesa de Cid, Rodrigo Roca saiu de cena, assumindo agora Bernardo Fenelon.
Este é o terceiro depoimento de Bolsonaro desde que voltou ao Brasil, o primeiro deles foi para prestar esclarecimentos sobre as joias da Arábia Saudita avaliadas em R$ 16,5 milhões com a tentativa ilegal de entrar com elas no Brasil. E depois sobre os atos de 8 de janeiro, no inquérito em que o ex-presidente é investigado como instigador.