O superintendentes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Alagoas, indicado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), está envolvido em uma polêmica que coloca em xeque o uso de verbas públicas e a integridade do processo de reforma agrária no estado. Segundo relatos de assentados do município de Maragogi, o superintendente teria condicionado a liberação de recursos federais à garantia de votos no candidato Dani da Elba, do Partido Progressistas (PP), nas eleições locais.
A denúncia, que circula entre os assentados da região, aponta que a gestão do superintendente do Incra estaria utilizando verbas destinadas ao desenvolvimento dos assentamentos para pressionar os beneficiários a votarem no candidato apoiado pelo grupo político de Arthur Lira. Assentados afirmam que foram informados de que apenas aqueles que apoiarem publicamente Dani da Elba terão acesso aos recursos e benefícios oferecidos pelo Incra.
Essa prática, além de ser ilegal, levanta sérias preocupações sobre o uso político da máquina pública, em especial em áreas rurais, onde a população depende fortemente dos recursos do governo para subsistência e melhoria de suas condições de vida. O Incra é uma instituição criada com o objetivo de promover a reforma agrária e apoiar os assentados na construção de uma vida digna, e não deve ser usada como ferramenta de barganha eleitoral.
Maragogi, localizada no litoral norte de Alagoas, é conhecida por ser uma das regiões mais importantes para o turismo no estado, mas também abriga uma considerável população de trabalhadores rurais que vivem em assentamentos. Muitos desses assentados estão em situações de vulnerabilidade social e econômica, o que os torna suscetíveis a esse tipo de pressão política.
O uso de recursos federais para coagir eleitores é uma prática ilegal, configurando crime eleitoral, que pode resultar em punições severas. A promessa de benefícios em troca de votos é uma violação clara da legislação eleitoral brasileira, que garante o direito ao voto livre e consciente. O caso de Maragogi traz à tona a necessidade de fiscalização mais rigorosa e transparente das ações do Incra, especialmente em períodos eleitorais, para evitar que a população mais vulnerável seja prejudicada por interesses políticos.
O superintendente do Incra em Alagoas ainda não se manifestou oficialmente sobre as acusações, e a oposição política no estado já pressiona por uma investigação aprofundada do caso.
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