A crise financeira enfrentada pelo governo de Paulo Dantas, em Alagoas, chegou a um ponto crítico, afetando até mesmo o Comando Geral da Polícia Militar. Em um momento em que o estado registra quedas significativas nos índices de homicídios, a falta de recursos financeiros ameaça desestabilizar a instituição, gerando insatisfações na tropa.
As obras de reforma do Quartel Geral da Polícia Militar, localizado no Centro de Maceió, estão paralisadas há quase dois anos e, agora, sem previsão de retomada. A Sampaio Construções LTDA, responsável pela execução das reformas, acusa o governo de não honrar os pagamentos. A situação foi confirmada pelo Comando Geral da PM em publicação oficial. De acordo com o Boletim Geral Ostensivo número 231, divulgado em 12 de dezembro de 2024 e reproduzido no Diário Oficial do Estado, a suspensão das obras foi motivada pela falta de repasses financeiros.
O impasse evidencia um colapso interno nas contas públicas do governo estadual, que tem gerado preocupação entre os próprios integrantes da administração de Paulo Dantas. Nem mesmo as medidas de contenção de gastos implementadas em todas as secretarias foram suficientes para evitar a acumulação de dívidas. O cenário chegou ao ponto de ameaçar o pagamento dos servidores públicos em novembro, situação que escancarou a gravidade da crise.
Mesmo diante desse contexto, o governador Paulo Dantas entrou em férias recentemente, delegando ao vice-governador Ronaldo Lessa a tarefa de lidar com os credores. Prestadores de serviço têm intensificado as cobranças, como no caso de uma empresa de locação de veículos que ameaçou recolher os carros utilizados pela Secretaria de Segurança Pública devido a atrasos superiores a R$ 1 milhão. Após a repercussão negativa, o governo efetuou o pagamento dessa dívida.
A crise fiscal não apenas coloca em risco obras essenciais, como as do Quartel da PM, mas também expõe o impacto direto da má gestão financeira na segurança pública, um setor estratégico para o bem-estar da população alagoana.