A Justiça do Trabalho autorizou a penhora das ações da TV Gazeta de Alagoas, resultando na perda do controle acionário da emissora pelo ex-presidente e ex-senador Fernando Collor de Mello. A decisão representa um desdobramento de uma série de processos trabalhistas movidos contra as empresas do político alagoano, que há anos enfrentam dificuldades financeiras e demandas judiciais diversas.
A TV Gazeta, afiliada da Rede Globo em Alagoas, é um dos principais veículos de comunicação do estado e sempre esteve sob a influência da família Collor. Com a decisão judicial, a posse das ações passa a ser destinada ao pagamento de dívidas trabalhistas acumuladas ao longo dos anos. A medida é vista como um duro golpe para Collor, que já teve outros bens e ativos bloqueados pela Justiça em decorrência de processos envolvendo suas empresas.
Além da disputa no âmbito trabalhista, as empresas ligadas ao ex-presidente também estão sendo alvo de processos na Justiça comum. Há denúncias relacionadas a supostas irregularidades financeiras e descumprimento de obrigações legais por parte das companhias controladas por Collor e seus familiares. O acúmulo dessas ações jurídicas demonstra um cenário cada vez mais desfavorável para o ex-senador, que, nos últimos anos, viu sua influência política e econômica diminuir significativamente.
A penhora das ações da TV Gazeta pode representar uma reconfiguração no controle da emissora, uma vez que os credores podem buscar a venda das cotas para reaver os valores devidos. Esse movimento gera incertezas sobre o futuro da empresa e sua administração, podendo impactar diretamente o cenário da comunicação em Alagoas.
O ex-presidente, que já enfrentou um processo de impeachment nos anos 1990 e, mais recentemente, condenações por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acumula reveses tanto no campo jurídico quanto no empresarial. O atual momento marca mais um capítulo turbulento na trajetória de Collor, que, mesmo após décadas de atuação política e empresarial, continua enfrentando sérias dificuldades judiciais.