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“FALLIDO”: Calote de Collor em ex-funcionários da Gazeta de Alagoas faz aniversário

No que se refere aos calotes, tudo indica que o senador deve, não paga e nega o quanto puder

Completou na última quinta-feira, 14, um ano do descaso da Organização Arnon de Mello (OAM) com trabalhadores demitidos pelo Jornal Gazeta de Alagoas. Segundo o Sindicato dos Jornalistas (Sindjornal), até hoje, as indenizações ainda não foram pagas e outros direitos trabalhistas continuam a ser violados.

“A luta continua em busca de justiça e não descansaremos até que todos recebam tudo aquilo que têm direito. Os jornalistas alagoanos e o sindicato exigem respeito por parte da direção da Organização Arnon de Mello”, destacou nota do sindicato. Até o momento, cerca de 50 jornalistas foram demitidos pela empresa da família do senador Fernando Collor (Pros).

Réu na Lava Jato por corrupção, a OAM está em recuperação judicial. Investigado, Collor não tem onde mais tirar dinheiro para sustentar seu império falido. A recuperação judicial inclui a TV Gazeta, que é a afiliada da Globo em Alagoas, e ainda a TV Mar, jornal Gazeta de Alagoas, portal de notícias Gazetaweb, as emissoras de rádio na capital e no interior, e ainda os serviços de publicidade, organização de eventos e assessoria empresarial que integram a OAM.

O valor da dívida da empresa chega quase aos R$ 300 milhões. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo de comunicação serviu como lavagem de dinheiro de propinas do senador. Mesmo devendo seus empregados, de 2006 a 2018, Collor registrou um crescimento de 114% do patrimônio.

Em 2006, quando disputou e conquistou a vaga ao Senado de Alagoas, o político declarou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) possuir um patrimônio de R$ 9,6 milhões (em valores corrigidos pelo IPCA). Para a disputa ao governo do estado no ano passado, Collor declarou possuir bens num valor total de R$ 20,6 milhões.

PATRIMÔNIO: Collor coleciona de carros de luxo a dívidas trabalhistas

No que se refere aos calotes, tudo indica que o senador deve, não paga e nega o quanto puder

A falta de atenção de Collor sobre os cuidados com seus funcionários não parece ser a mesma quando suas próprias finanças estão em jogo. A relação interminável de bens declarada pelo senador inclui desde um veículo de luxo no valor de R$ 943 mil a um terreno avaliado em apenas R$ 69,39, passando por embarcações e apartamentos de alto padrão, obras de arte, joias, ações e cotas de capital.

A declaração aponta que Collor é proprietário de 29 terrenos, apartamentos, casas e prédios residenciais. No total, o patrimônio em bens imóveis do senador soma R$ 2.884.691,27, incluindo um apartamento avaliado em R$ 1.844.332,71. As cidades onde os imóveis estão localizados não foram informadas pela Justiça Eleitoral.

Entre os 13 carros, motocicletas, caminhonetes, caminhões, lanchas, jet-skis e outros veículos declarados – mesmo número de veículos registrados na declaração de bens para as eleições de 2014 -, uma fortuna ainda maior: assustadores R$ 3.257.923,53, incluindo um no valor de R$ 943.611,73 e outro no valor de R$ 497.215,10, não especificados.

Alguns veículos de Collor são bastante conhecidos da mídia. A linda Lamborghini Aventador LP 700-4 Roadster – que quase foi confiscada em 2016 pelo banco Bradesco por falta de pagamento das prestações -, a Ferrari 458 Italia e um Porsche Panamera Turbo chegaram a ser apreendidos pela Polícia Federal em 2015, na também famosa Casa da Dinda, residência de Collor em Brasília, durante as investigações da Operação Lava Jato, que investiga um gigantesco esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobras.

Outro item que chama a atenção na declaração de bens de Fernando Collor é o número de empréstimos contraídos pelo senador. São nove operações: de R$ 2.031.695,33, R$ 316.807,68, R$ 900.000,00, R$ 1.129.897,53, R$ 400.000,00, R$ 1.078.577,02, R$ 600.000,00, R$ 750.000,00 e R$ 900.000,00, totalizando R$ 8.106.977,56.

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