Período de alegria também traz traumas por metas e planos não cumpridos
Dezembro se aproxima, as luzes festivas começam a iluminar as ruas e as vitrines se enchem de cores vibrantes, anunciando o fim de ano. No entanto, para muitos, esse brilho externo contrasta com uma realidade emocional complexa e, por vezes, turbulenta. As festas de final de ano, apesar de serem tradicionalmente associadas à celebração e alegria, podem também ser fonte de ansiedade, traumas e estresse.
A neuropsicóloga Fernanda Barreto explica que o período desencadeia uma reflexão intensa sobre os meses que passaram e os planos que não se concretizaram, podendo desencadear frustração, medo e tristeza. Fernanda destaca a importância de diferenciar emoções e sentimentos, onde podem se manifestar como angústia, ansiedade, tristeza, solidão, mas também gratidão e esperança.
Os transtornos emocionais, como ansiedade e depressão, encontram terreno fértil nesta época do ano, onde o TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) e sintomas depressivos podem se intensificar. A pandemia apesar de estar em um estágio mais controlado, ainda contribui para o quadro de ansiedade e incerteza que muitos enfrentam.
Fernanda recomenda a moderação nas expectativas e a valorização da simplicidade e do compartilhamento de momentos felizes como forma de minimizar o estresse. “O respeito a si mesmo é vital. É preciso ter cuidado com metas excessivas que possam gerar mais frustrações do que realizações”, afirmou.
*INDIVIDUALIDADE*
A neuropsicóloga salienta que cada pessoa vive as festas de acordo com sua fase de vida e sentimentos individuais, portanto, não existe uma maneira única e correta de vivenciar o período. “É fundamental reconhecer quando a ansiedade se torna esmagadora e procurar apoio profissional”, acrescentou.
Assim, as festas de final de ano, com seus encantos e desafios, espelham a complexidade do ser humano e suas inúmeras facetas. “Reconhecer e aceitar essa complexidade pode ser o primeiro passo para vivenciar o período de forma mais saudável e satisfatória, alinhando as tradições festivas com o cuidado com a saúde mental”, pontuou.