A Folha de São Paulo mostrou que em 2023 os deputados federais bateram o recorde de gastos de recursos públicos com a autopromoção. Foram mais de R$ 84 milhões gastos da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar, o maior volume de recursos da história para a propaganda dos próprios deputados. O valor refere-se à divulgação de 513 parlamentares.
A cifra por si só chama a atenção, mas ainda está longe de alcançar o montante de recursos públicos que o Governo de Alagoas quer gastar em contratos de publicidade em 2024.
O valor global de R$ 110 milhões orçados para que agências de publicidade façam a propaganda de ações do governo estadual é R$ 26 milhões a mais do que todo os gastos de todos os deputados federais, é R$ 27 milhões a mais do que os recursos federais captados para a rede hospitalar do estado. É ainda maior do que os recursos destinados pelo governo federal para obras em rodovias federais em Alagoas.
Quer dizer, autopromoção é prioridade e vale mais do que investimentos estruturantes, onde licitação multimilionária é prática rotineira especialmente em ano eleitoral, quando o interesse público é linha auxiliar e o alto investimento em comunicação governamental tem um beneficiário certo: os próprios gestores e seus aliados que precisam angariar capital político.
Uma vitrine política custeada por todos, onde pouco se investe em comunicação pública, isto é, a comunicação que realmente é de interesse público, mas essa não enfrenta o grande problema de alguns agentes políticos sobre a terra: a rejeição.
Por Jéssica Diniz