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Renan Calheiros Filho, o governador que muito prometeficou a dever


Janela partidária devidamente fechada e a expectativa pelo desfecho do futuro político de Renan Calheiros Filho terminou, a decisão pela renúncia foi tomada e o agora ex-governador do estado embarca na candidatura ao Senado Federal, na esperança de fazer par com seu pai no legislativo e substituir adversários como Fernando Collor. Agora RF arruma as malas para uma nova jornada e deixa um legado não tão promissor para quem vier a pegar as rebarbas de seu governo nos oito meses que seguem, e pior ainda, para o próximo escolhido a ocupar a cadeira do palácio dos Palmares nas majoritárias deste ano.

Quando refletimos sobre o termo “legado” somos condicionados a pensar em contribuições positivas deixadas como marcas para o futuro, mas a marca deixada pela gestão de RF em Alagoas está mais para uma profunda ferida, inflamada a ponto de caminhar para uma necrose. Deste legado daninho partimos de um estado endividado em mais de R$ 10 bilhões, fruto de irresponsabilidades fiscais, dívidas inchadas, obras inacabadas, ou seja, dinheiro esbanjado a torto e a direito, principalmente para o sustento do marketing que pinta a administração de RF como uma das melhores que já passou por aqui, na prática, a fina camada de tinta da publicidade de RF serve apenas para encobrir a gestão irresponsável realizada durante os sete anos que governou Alagoas.

Por falar em obras inacabadas, estão aí os asfaltos de péssima qualidade já deteriorados e duplicações de rodovias que aguardam sua finalização pondo em risco as vidas de quem depende delas para circular pelo estado. Não termina por aí, contamos agora com seis elefantes brancos que causarão dor de cabeça até no mais sereno dos homens, hospitais construídos pelo estado que sequer têm estrutura e pessoal para realizar atendimentos e custarão uma fortuna para serem operacionalizados e postos para funcionar, sem contar um Hospital Geral do Estado jogado às moscas, empilhando pacientes nos corredores e sobrecarregando funcionários, tudo isso enquanto aliados do governador recebiam fortunas mensalmente por acumular cargos na saúde que sequer davam conta de cumprir.

Eis que na “reta final” de seu mandato acompanhamos sua despedida de gala em um shopping inaugurado na parte histórica de Delmiro Gouveia que sequer tem lojas em funcionamento, além da entrega de mais um hospital sem a menor estrutura, somente mais uma obra “acabada” que irá gerar transtornos para os cofres públicos. Entre tantos absurdos temos a pseudo-revitalização de m dos maiores símbolos da capital alagoana, a promessa em transformar o antigo Alagoinhas em um baita complexo turístico que abrangeria praças de alimentação e mirantes, o projeto que se tornaria o Marco Referencial de Maceió foi orçado em R$ 10 milhões, apenas na sua primeira fase, a ordem de serviço foi assinada em dezembro de 2016, com previsão de início das obras no ano subsequente. 

Prestes a deixar o governo, RF entregou uma praça nua, que não tem sequer um banco para descansar, não existem mirantes e muito menos praças de alimentação, no máximo o que você pode encontrar lá é um acabamento feito na base da “gambiarra”, uma mureta de segurança e a extensão da ciclovia da orla, ou seja, após 10 anos do imbróglio da revitalização de um símbolo da cidade recebemos um resultado feito nas coxas para cantar vitória no palanque. É por essas e outras que o único legado reconhecível de RF é o da irresponsabilidade, tal como uma criança mimada que se recusa a responder por seus atos e se esconde até a poeira baixar, vemos um governador que deixou a lama a céu aberto e correu novamente para a barra das calças do pai, afinal, a passada de pano será muito mais efetiva com seu genitor a tira colo e, quem sabe, sentado ao lado de sua cadeira no senado, RF consiga ter seu legado vergonhoso abafado e levantar a voz para jogar a culpa de seus atos no próximo coitado que se prestar a cumprir seu mandato, boa sorte ao que vier. 

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