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O reinado Calheiros está ruindo e deixando MDB em escombros


Há quem acredite em carma e tem quem especule sobre o cansaço dos aliados, mas uma coisa é inegável, o sapato dos Calheiros está apertando, vide esvaziamento da convenção do MDB que ocorreu na segunda-feira (7) e contou com a ausência de figuras carimbadas do partido tendo a presença apenas de alguns filiados que estavam ali apenas para cumprir a obrigação de votar (ou de reeleger) no próximo presidente estadual da legenda por mais dois anos, sem surpresas, Renan Calheiros foi o vitorioso.

As ausências mais sentidas foi a do prefeito de Arapiraca e ex-vice de Renan Calheiros Filho, Luciano Barbosa, que já ensaia aproximação com o PP de Arthur Lira, seu filho Daniel Barbosa os deputados Fátima Canuto, Ronaldo Medeiro e Jó Pereira, e o secretário de segurança publica do estado e um dos principais aliados de RF, Alfredo Gaspar. A questão é que não dá para ser metafísico quando o assunto é política, carma aqui não se aplica, o fato é que em oito anos de RF e mais de 30 anos de Calheiros no poder a política tem se reinventado e o reinado segue em risco, a incapacidade de construir sucessor e preparar o terreno para o próximo governo somada à negligência do atual governador com o MDB está tornando o partido repulsivo, muitos aliados fortes estão procurando terrenos mais férteis, principalmente depois de cair a ficha de que a derrota de RF é quase certa.

O MDB apresenta um cenário bem diferente do que gozava em 2018, por exemplo, este ano o partido provavelmente faça apenas um federal que pode ser Isnaldinho Bulhões ou a primeira-dama Renata Calheiros, isso explica a ausência de Gaspar e o consequente esfriamento das relações entre o secretário e partido, visto que há pouco tempo ele foi a principal aposta do MDB para o executivo da capital. Sem contar aquela sensação de final de mandato, certo que em muitos casos isso geraria um furor e a expectativa de seguir a linha do antecessor elegendo alguém do mesmo grupo, mas como bem sabemos a inconsistência do governo RF resultou em limbo sucessório cheio de planos A, B, C, enfim, um alfabeto de apostas fracassadas que terminam por afastar até o líder mais otimista.

Bem disse o leitor, talvez a queda do reinado Calheiros encaminhe o pai para as cadeiras de psicólogos e psiquiatras, já que não é nada fácil ver seu castelo, construído por mais de três décadas, ruindo graças ao herdeiro em que você apostou todas as suas fichas. A conversa é de que os Calheiros vão continuar trabalhando para reerguer o partido até 2026, mas como se reergue algo ultrapassado com uma liderança tão decrépita? No mais, vamos presenciar em 2022 uma eleição majoritária com um MDB xoxo, capenga, manco, anêmico, frágil e inconsistente.