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Sem Alfredo Gaspar na SSP-AL, violência volta a imperar em Alagoas


Alfredo Gaspar de Mendonça foi uma grata surpresa para a segurança publica de Alagoas, o ex-procurador-geral de justiça é conhecido por sua personalidade forte, reputação ilibada e grande competência, não poderia ser diferente ao assumir por duas vezes uma pasta tão polêmica no estado que sofre há décadas com a violência. Sua marca foi deixada a princípio em 2015, quando pela primeira vez tomou posse como secretário da SSP-AL estabeleceu um ponto de inflexão à violência que imperava por aqui e foi às ruas com sua equipe com a finalidade de combater o crime e por ordem na cidade.

Deixando um saldo positivo nos índices de violência em Alagoas, terminou 2015 com uma redução de 19% nos números de homicídios e conseguiu retirar Alagoas da liderança dos rankings nacionais de violência nos quais o estado figurava até 2014. Gaspar retornou à pasta após quatro anos e dez meses da ruptura de sua gestão à frente da secretaria por conta de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), proibindo que membros do Ministério Público, como procuradores e promotores de Justiça, exerçam cargos fora da instituição, prometeu dar continuidade ao trabalho iniciado com muito esforço, e cumpriu.

No ano passado, de acordo com dados do Núcleo de Estatística e Análise Criminal (NEAC), da Secretaria de Estado da Segurança Pública, Alagoas teve seu número de homicídios reduzido em mais de 50% em uma década e se consolidou como estado que mais reduziu mortes violentas no país, além disso, o estado registrou os menores índices criminais dos últimos dez anos no primeiro semestre de 2021, com resultados positivos e até inéditos, houve redução nos principais indicadores como Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLI), de roubo veículos (carros e motos) e de assaltos em transporte coletivo urbano, além do aumento da apreensão de armas e drogas.

Exemplos que mostram a habilidade e vocação de Alfredo Gaspar ao lidar com medidas de atenuação da violência e manutenção da ordem no estado, e olha que não seria tarefa fácil, visto que Alagoas por muitos anos ficou conhecida como uma terra sem lei onde a violência reinava. Mas como tudo que é bom, dura pouco, Gaspar seguiu outros rumos, a incompatibilidade de direcionamento político entre o ex-procurador e o ex-governador do estado o levou a procurar outros rumos, sendo assim, a SSP-AL deixou de contar com o trabalho assíduo de Alfredo Gaspar, e o crime sentiu-se aliviado e livre para retomar as rédeas do estado.

A primeira cidade a sentir as marcas da ausência de Alfredo Gaspar é Pão de Açúcar, na periferia do município de pouco mais de 24 mil habitantes, a população assiste a chuva de balas correndo solta, pululam reclamações e apelos nas redes sociais que denunciam a violência desenfreada e em plena luz do dia nas localidades mais pobres do local. A população recorre ás redes sociais fazendo apelos para que as autoridades se movimentem e tomem providências diante da situação, certamente um transtorno que não víamos desde que Gaspar assumiu a segurança publica no estado, ou seja, em um curto espaço de tempo não há mais efetividade e celeridade em lidar com uma mazela social que afeta vidas de inocentes.

“A cidade virou do avesso”, é isso que afirmam moradores de Pão de Açúcar, a sensação é de que o egresso do pulso firme de Gaspar deu fôlego para encher os pulmões da criminalidade no estado, começa em um pequeno município e como um vírus mortal se alastra em largas escalas e rapidamente, a violência funciona assim, como uma fila de dominós que despenca sem rumo e sem alvos, apenas despenca, Alfredo Gaspar funcionava com o apoio que não permitia que essa fila estremecesse e disparasse em queda livre e eterna. Alagoas perdeu uma excelente liderança quando se trata de segurança publica, mas esperamos que o alagoano ainda tenha lucidez e reconheça que precisamos de Alfredo Gaspar na vida publica, não apenas pelo seu legado já construído, que é memorável e digno de aplausos, mas pela garra que ele tem em defender o cidadão alagoano das turras da criminalidade.