A eleições presidenciáveis deste ano revelaram a acentuada polarização na qual se encontra o país, basicamente o ex-presidente Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) concentraram cerca de 90% dos votos válidos e se digladiaram na apuração, que contou com uma diferença apertada no início, passando pelo empate e, finalmente, levando o país para um segundo turno entre os principais candidatos que terminaram com uma diferença de 5 pontos percentuais a favor do candidato petista.
Com um resultado tão espremido o brasileiro passou a questionar as pesquisas divulgadas que revelaram uma diferença mais larga entre Lula e Bolsonaro, chegando a mostrar o atual presidente com uma desvantagem muito maior em relação a Lula, cenário bem diferente do testemunhado neste dia 2 de outubro. Neste sentido o Paraná Pesquisa saiu na contramão sendo o único instituto que mostrou números compatíveis com o resultado das majoritárias, foi a única pesquisa nacional que acertou os números de ambos candidatos dentro da margem de erro, revelando uma diferença de cerca de 5% tanto na espontânea quanto na estimulada.
Isso mostra que, mesmo diante de tantas pesquisas encomendadas e números fantasiosos na tentativa de induzir o eleitor, o Paraná Pesquisa preza pela imparcialidade e idoneidade ao executar os levantamentos, as amostras obviamente não atingem a totalidade da população, mas o método utilizado consegue fazer uma análise geral sendo distribuído de maneira proporcional entre classes sociais, idade e gênero, levando em consideração a configuração do eleitorado brasileiro que é majoritariamente feminino e possui renda menor ou igual a dois salários mínimos, basta observar o quadro a seguir.
De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral, o eleitorado brasileiro é composto por 53% do público feminino, com relação ao grau de instrução 26,31% possui ensino médio completo, com relação à classe social basta analisar a configuração de classes nacional, segundo dados da pesquisa Classes de Renda e Consumo no Brasil (2022 a 2032), metade da população continuará a ser classes D e E no Brasil até 2024.
Estratificação dos domicílios em 2022 (segundo informações do Infomoney):
- Classe A: 2,8% (renda mensal domiciliar superior a R$ 22 mil)
- Classe B: 13,2% (renda mensal domiciliar entre R$ 7,1 mil e R$ 22 mil)
- Classe C: 33,3% (renda mensal domiciliar entre R$ 2,9 mil e R$ 7,1 mil)
- Classes D/E: 50,7% (renda mensal domiciliar até R$ 2,9 mil)
Sendo assim, o Paraná Pesquisas galgou sucesso na projeção dos números justamente por considerar e respeitar a estrutura do eleitorado e buscar um método consonante com a realidade do país no período eleitoral, justamente isto que conduziu o instituto à resultados assertivos, cumprindo o papel das pesquisas de orientar o eleitor sobre os possíveis rumos de seu país, estado, município, e no caso das pesquisas eleitorais, trazer a superfície com clareza e honestidade como se comporta o eleitor diante da gestão de seus governantes, o instituto conseguiu, deste modo, refletir da forma mais fiel possível a composição demográfica do eleitorado brasileiro.
A CEO do Paraná Pesquisas, Nair Quintanilha, conta qual o método realizado para os levantamentos.
“A Metodologia que utilizamos na maior parte das nossas pesquisas, é coleta de dados através de entrevistas pessoais. Nossa última pesquisa divulgada na véspera da eleição era com coletas telefônicas, não robotizadas, onde um entrevistador, humano, conduz a entrevista.
Nossa técnica de amostragem para entrevistas pessoais é feita em 3 estágios, no primeiro estágio faz-se um sorteio probabilístico dos municípios, onde as entrevistas serão realizadas, pelo método PPT (Probabilidade Proporcional ao Tamanho), tomando o número de eleitores como base para tal seleção. No segundo estágio faz-se um sorteio probabilístico dos setores censitários, onde as entrevistas serão realizadas, pelo método PPT (Probabilidade Proporcional ao Tamanho), tomando a população de 16 anos ou mais residente nos setores como base para tal seleção. No terceiro estágio, dentro dos setores sorteados, os respondentes são selecionados através de quotas amostrais proporcionais em função das variáveis: gênero, faixa etária, grau de escolaridade e nível econômico. As cotas são estabelecidas com base nos dados mais atualizados do IBGE e TSE.
Não fazemos entrevistas através de URA (Unidade de Resposta Audível), nem por coleta online. “
Mesmo diante de toda a pressão da imprensa sobre as pesquisas eleitorais, que em 2018 também não obtiveram um bom desempenho, o Paraná Pesquisas se manteve na missão de ouvir a opinião pública e dar voz ao eleitor para além do processo democrático do voto. Mesmo com uma grande abstenção e insatisfação do eleitorado que se manteve isento e, muitas vezes, alheio à polarização política no país, o instituto fez seu trabalho de maneira séria e primordialmente imparcial, o resultado ali mostrado é fruto nada menos que do posicionamento do eleitor.
Em seu artigo que avalia o desempenho do Paraná Pesquisas durante o ano eleitoral, Nair Quintanilha comenta sobre as projeções para o segundo turno.
“Quais as nossas projeções para o Segundo Turno? Em uma frase: Uma nova eleição! Claro que Lula está mais perto da vitória, mas Bolsonaro chega fortalecido nessa fase. Contra algumas previsões, chega ao segundo turno com uma diferença menor. Importante salientar que o núcleo duro Bolsonarista estar em segundo turno em alguns importantes estados é uma grande vantagem para o candidato. A estrutura política nesses estados não será desmobilizada e os palanques estão mantidos. Fato a se observar é nos estados onde a eleição foi decidida no primeiro turno, se os Governadores eleitos tomaram partido de algum candidato e em que medida se envolverão nessa segunda etapa. ”
No fim das contas, mesmo com todos os pitacos dados pela imprensa diante das projeções errôneas de outros institutos vale tomar como exemplo o trabalho que o Paraná Pesquisas tem feito ao longo de 32 anos, principalmente num momento turbulento em que o país enfrenta uma extrema polarização, desencadeada com o antipetismo e que tem influenciado inclusive na transparência de instrumentos de informação tão importantes quanto as pesquisas eleitorais.