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Com crise na saúde Governador Paulo Dantas aumenta para R$ 202,8 milhões para terminar Hospital em Arapiraca

Em meio a um cenário de colapso e denúncias crescentes sobre a precariedade do sistema público de saúde em Alagoas, o governador Paulo Dantas autorizou um reajuste milionário no contrato de construção do Hospital Metropolitano do Agreste, em Arapiraca. O aumento, formalizado por meio do Quinto Termo de Apostila, adiciona R$ 8.588.689,65 ao valor da obra, elevando o custo total de R$ 194.229.177,46 para R$ 202.817.867,11.

A decisão chama atenção pelo contraste com a situação das unidades de saúde já em funcionamento. Em várias cidades alagoanas, funcionários de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) relatam atrasos salariais, enquanto maternidades enfrentam superlotação e o Hospital Regional da Mata (HRM) é alvo de denúncias de demissões em massa. Apesar desse contexto de crise, o governo do estado justifica o reajuste como uma “adequação técnica e financeira” baseada em pareceres da Assessoria Técnica de Serviços de Engenharia e Arquitetura, cobrindo o período de julho de 2023 a julho de 2024.

A obra, executada sob responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), integra o plano de expansão hospitalar da gestão estadual e promete ser o maior hospital público já construído em Alagoas, com uma área total de 25.735,25 metros quadrados. Segundo a própria Sesau, o Hospital Metropolitano do Agreste deverá ser entregue até dezembro de 2026 — embora o histórico de atrasos em projetos da pasta gere desconfiança sobre o cumprimento desse prazo.

Nos bastidores, técnicos e servidores ouvidos sob condição de anonimato apontam que a prioridade dada à construção do hospital em Arapiraca — em detrimento da regularização de pagamentos e da manutenção das unidades existentes — reforça um padrão de investimentos voltado mais à inauguração de grandes obras do que à melhoria efetiva da rede de atendimento. O reajuste milionário, portanto, reacende o debate sobre as escolhas orçamentárias do governo Paulo Dantas em um momento de profunda crise na saúde pública alagoana.