O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu nesta segunda-feira (26) demitir Nísia Trindade do cargo de ministra da Saúde. Para ocupar a pasta, Lula escolheu Alexandre Padilha, atual ministro das Relações Institucionais e ex-ministro da Saúde no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
A mudança ocorre em meio a uma série de ajustes na equipe ministerial, que vem sendo promovidos pelo presidente com o objetivo de fortalecer sua base política e garantir maior alinhamento dentro do governo. A substituição na Saúde é uma das mais significativas até agora, uma vez que Nísia Trindade vinha desempenhando um papel central na condução de políticas públicas no setor, especialmente no enfrentamento às consequências da pandemia de Covid-19 e na ampliação da vacinação no país.
Nísia, que assumiu o ministério em janeiro de 2023, foi a primeira mulher a ocupar o cargo e teve atuação destacada na reestruturação do Sistema Único de Saúde (SUS). Sua gestão foi marcada por avanços na imunização, no fortalecimento da atenção primária e no enfrentamento à dengue e outras doenças tropicais. Apesar disso, sua saída já vinha sendo especulada nos bastidores políticos, especialmente diante da pressão de aliados do governo por maior participação na Esplanada dos Ministérios.
O substituto, Alexandre Padilha, retorna ao comando da Saúde após ter ocupado a pasta entre 2011 e 2014, período em que implementou o programa Mais Médicos, uma das marcas da gestão petista na área da saúde. Como ministro das Relações Institucionais, Padilha teve a missão de articular o governo com o Congresso Nacional, mas agora assume o desafio de dar continuidade às políticas públicas na Saúde e lidar com temas sensíveis, como o financiamento do SUS e a ampliação do acesso da população a tratamentos e medicamentos.
A mudança também pode ter impacto na articulação política do governo, uma vez que Padilha era um dos principais responsáveis pela interlocução com o Legislativo. Com sua saída das Relações Institucionais, Lula deve anunciar em breve um novo nome para a pasta, buscando garantir a governabilidade e o avanço de projetos estratégicos no Congresso.
