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Alagoas é o 2º pior lugar para se viver do Nordeste, mostra estudo

IPS Brasil calcula bem estar da população e Estado figura como um dos mais inóspitos do País

Alagoas é o segundo pior lugar para se viver do Nordeste e um dos mais inóspitos do País, conforme o estudo inédito IPS [Índice de Progresso Social] Brasil, divulgado esta semana pelo jornal O Globo, que calculou o bem estar da população a partir de dados oficiais. Na região, o estado só aparece à frente do Maranhão.

O levantamento aponta que Alagoas ficou com 57,42 pontos no IPS. O estado nordestino melhor avaliado é Sergipe (61,2 pt), territorialmente menor do que a Terra dos Marechais, mas com indicadores que refletem sobre a qualidade de vida da população bem superiores.

O cenário alagoano diverge do que vem sendo alardeado em propagandas institucionais que p Estado foi o que mais cresceu no Nordeste no ano passado.

No entanto, os dados não são oficiais, levando em consideração que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão responsável por esta medição, ainda não divulgou os indicadores do Produto Interno Bruto (PIB) dos estados de 2023.

A projeção, neste caso, foi feita pela própria Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag).

Como o IPS é calculado?

No início dos anos 2010, um grupo de pesquisadores da Escola de Administração de Empresas de Harvard (Harvard Business School) e da Escola Sloan de Administração do MIT (MIT Sloan School of Management), liderados por Michael Porter e Scott Stern, reuniram-se com o objetivo de criar uma medida do desenvolvimento socioeconômica das nações que fosse além do PIB ou de índices de competividade.

Poucos anos depois, em 2013, nasceu a Social Progress Imperative, uma organização sem fins lucrativos com o propósito único de desenvolver e difundir essa medida, que foi batizada de Índice de Progresso Social (IPS).

O objetivo do IPS, segundo seus idealizadores, é oferecer uma medida das “coisas que realmente importam para pessoas reais”. Embora o IPS não seja um substituto ao PIB per capita – uma das medidas mais comuns do nível de desenvolvimento das sociedades – ele procura ser uma alternativa, ou, segundo seus criadores, “uma nova maneira de definir o sucesso de nossas sociedades”.

Trata-se de uma metodologia que tem sido modelo global que avalia a qualidade de vida da população no Brasil de forma multidimensional a partir de 57 indicadores. Além de verificar se as pessoas têm o necessário para prosperar, indo além das métricas tradicionais e paradigmas econômicos, o método permite comparar municípios, estados e regiões.

O IPS é composto por dados socioambientais e de resultado, ou seja, o IPS não mede a quantidade de infraestrutura ou recurso investido em um município. Calcula se essa infraestrutura ou esse recurso estão trazendo resultados para as pessoas. Além disso, usa dados públicos recentes e que sejam disponíveis para todos os municípios Brasil.

O indicador é dividido em três dimensões principais: Necessidades Humanas Básicas; Fundamentos para o Bem-Estar; e Oportunidades. Cada uma delas tem quatro componentes, e formam a média final. Mas, cada componente é formado por alguns (normalmente de três a cinco) indicadores, com pesos entre eles.