Pelo menos 10 cidades do interior de Alagoas estão em baixo d’água, com as fortes chuvas os rios e lagos transbordaram afetando muitas famílias alagoanas, deixando cerca de 14 mil desalojados e desabrigados, pelo menos até sexta-feira. Com os danos causados, rodovias federais e estaduais foram interditadas e diversas campanhas estão mobilizando doações de agasalhos, alimentos e produtos de higiene básica para os afetados.
Um cenário que remete às enchentes de junho de 2010, que arrasou 19 municípios alagoanos, moradores de municípios como Atalaia, Branquinha, Cacimbinhas, Cajueiro, Capela, Colônia Leopoldina, Jacuípe, Jundiá, Limoeiro de Anadia, Major Isidoro, Maragogi, Marechal Deodoro, Murici, Paulo Jacinto, Pilar, Quebrangulo, Rio Largo, Santana do Mundaú, São José da Laje, Satuba, Taquarana, União dos Palmares, Viçosa, além da capital, encontram-se em um estado de destruição, as enxurradas invadiram as casas e deixaram moradores ilhados, além de terem dificuldades para se locomover, as perdas materiais foram enormes, muitas famílias se amontoam em escolas dos municípios e necessitam de assistência de toda sorte.
Apesar da grande mobilização para auxiliar estas pessoas, o Governo do Estado não processou o caráter de urgência da situação, em meio ao caos vivenciado por essas famílias, não se viu a celeridade para a solução dos problemas como tivemos com a organização e anúncio das festas juninas no estado, então a prioridade não é a mesma, até o momento a única ação efetiva do executivo estadual foi subir num helicóptero e sobrevoar as áreas atingidas na ânsia de alimentar a organizadíssima mídia do governo do estado com imagens profissionais e bem editadas.
Ao invés de se mobilizarem para suprir as necessidades imediatas dos atingidos com cestas básicas, água potável, resgate, assistência médica, enfim, organizar uma operação eficiente para atender a população que está sofrendo com os desastres causados pelas chuvas, ainda estão marcando uma reunião para amanhã as 11h no Palácio dos Palmares para discutir um plano de ação, em casos como esse o único plano de ação efetivo é AGIR, não existe a menor necessidade no momento de invocar a burocracia estatal, é praticamente sentar e esperar pelo pior, mesmo com menos vítimas que as ultimas enchentes registradas, muitas pessoas perderam tudo, lojas estão sendo saqueadas, as imagens das casas alagadas circulam nas redes sociais, o desespero e medo tomam conta dos familiares que ainda não tiveram notícias dos parentes atingidos.
Enquanto isso pontes desabam, postes caem, casas são soterradas pela lama levadas pela correnteza das águas,cidades inteiras tomadas pelas águas, 50 a 55 municípios foram atingidos e 33 também já decretaram emergência por causa dos transbordamentos de rios e lagoas. Os volumes das chuvas seguem altos, medições de estações indicaram nas últimas 72 horas, até o começo da manhã deste domingo, volumes de 206 mm em Matriz de Camaragibe, 205 mm em Colônia Leopoldina, 191 mm em Murici, 183 mm em Fazenda Boa Fortuna, 171 mm em Cajueiro e 163 mm em Viçosa. Em dois meses, Alagoas recebeu um volume de chuvas esperado para o ano inteiro, mas pelo visto os cofres secaram com as festas juninas e a única saída do Governo de Alagoas é tentar resolver tudo magicamente através de reuniões longas e enfadonhas, enquanto isso, o povo se afoga na lama.